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O Teste do Marshmallow

Este não é, como se poderia imaginar, um teste de culinária. Trata-se de um experimento científico realizado, no início dos anos 1970, pelo respeitado psicólogo americano Walter Mischel (1930 – 2018) – então professor das universidades de Harvard e de Stanford. O objetivo do estudo era estabelecer alguma relação entre autocontrole e sucesso. Na escola Bing Nursey, da Universidade de Stanford, ele observou mais de 600 crianças, entre 4 e 6 anos. Todas, individualmente, isoladas em sala com uma cadeira e uma mesa. No centro dessa mesa, um marshmallow (doce muito apreciado por crianças nos EUA). Depois passaram a usar também outros doces. A proposta do pesquisador era: ou comiam o doce imediatamente ou esperavam 15 minutos e ganhavam, como recompensa, dois doces. Essas crianças foram acompanhadas por 20 anos. Os que resistiram e conseguiram esperar, apresentaram “maior predisposição para elaborar estratégias”. E tiveram  melhor desempenho, tanto na escola como na vida profissional. “As crianças da pré-escola que por mais tempo toleraram o retardamento da recompensa, em um paradigma auto imposto, foram descritas mais de 10 anos depois por seus pais como adolescentes significantemente mais competentes”. Mischel morreu no mês passado. Mas deixou, como contribuição, esse que ficou conhecido como o “Teste do Marshmallow” – ainda hoje usado para ilustrar aulas de psicologia e palestras de autoajuda.

Só para lembrar, a origem do marshmallow remonta ao Egito antigo. Era, então, uma bebida de consistência grossa feita com clara de ovo batida e mel,  aromatizada com seiva de malva (Althaea officinalis) – pelos ingleses conhecida como marsh-mallow. Só aos poucos foi tendo o aspecto que conhecemos hoje. Passando a ser usada, por confeiteiros, em coberturas de bolo. Até que, em 1948, Alex Doumak transformou aquela cobertura, já tão apreciada, em doces. Através do processo de extrusão, inventado e patenteado por ele. Primeiro, aqueceu todos os ingredientes, por 45 minutos, a uma temperatura de 115º C. Depois, colocou tudo em tubos para receber injeções de ar. O resultado foi uma massa fofa e inflada. Só então foram cortados e embalados. O sucesso foi imediato. Tanto que fundou (1961), em Illinois, a Doumak Inc. – maior fabricante de marshmallow e ainda hoje na mão de seus descendentes.

No Brasil, temos um doce muito semelhante ao marshmallow. O maria-mole. Diz a lenda que inventado por Antonio Bergamo, um fabricante de doces e descendente de italianos. Sem que se saiba exatamente quando e onde o tal doce foi criado. Dizem que, tentando aproveitar as claras de ovo que sobravam de suas receitas, ele fez um suspiro. E, para endurecê-lo, adicionou gelatina. Ao contrário do que esperava, não endureceu.  Ficou com uma consistência esponjosa e mole (daí o próprio nome, maria-mole), semelhante à do marshmallow.  Como diz um proverbio italiano “Se non è vero, è ben trovato” (Se não é verdade, é bem contado).

RECEITA:


BOLO DE SORVETE COM MARSHMALLOW

INGREDIENTES:


PARA O BOLO: 6 ovos, casca de ½ limão, 1 pitada de sal, 6 colheres (de sopa) de açúcar, 6 colheres de sopa de trigo,


PARA O MARSHMALLOW: 4 claras em neve, 1 xícara de água, 1 xícara de açúcar, 1 xícara de mel Karo, 1 pote de sorvete de creme, raspas de 1 limão

PREPARO DO BOLO:


· Bata bem as claras em neve. Junte as gemas (sem a pele) e continue batendo. Coloque a casca do limão, a pitada de sal e o açúcar. Bata por mais 15 minutos. Depois desse tempo, aos poucos, vá colocando o trigo. Coloque tudo em forma (de buraco) untada com manteiga e polvilhada de trigo. Deixe no forno até dourar. Reserve


· Depois de frio, corte a tampa do bolo. Oque o miolo (com muito cuidado). Quanto mais ocar mais recheio terá. Recheie com o sorvete. Coloque de volta a tampa. Embrulhe com papel alumínio, coloque em saco plástico e leve ao freezer. Esse processo poderá ser feito com antecedência. Perto de servir, retire do freezer, coloque em um prato e cubra com o marshmallow e raspas de limão

PREPARO DO MARSHMALLOW:


· Bata as claras em neve firme


· Enquanto isso, faça uma calda com água, açúcar e mel Karo. Quando a calda começar a engrossar vá, aos poucos, colocando essa calda nas claras em neve (na batedeira, sem parar de bater). Volte a calda ao fogo, e novamente vá colocando nas claras em neve. Quando acabar de colocar a calda, bata ainda por 5 minutos

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Fonte: Folha PE
Autor: Letícia Cavalcante

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