Crédito, Alexandros Avramidis/REUTERS

Legenda da foto,

Segundo o governador da província de Tessália, os trens viajavam no mesmo trilho, em alta velocidade, e a colisão foi frontal

Dois trens colidiram na noite de terça-feira (28/02) no norte da Grécia, deixando pelo menos 36 mortos e 66 feridos.

Um trem de passageiros que transportava cerca de 350 pessoas atingiu um trem de carga nos arredores da cidade de Larissa.

Ainda não está claro, no entanto, o que causou a colisão.

Equipes de resgate trabalharam durante toda a noite retirando sobreviventes das ferragens e seguem realizando buscas no local.

É o acidente ferroviário mais mortífero ocorrido na Grécia nos últimos anos — o país declarou três dias de luto nacional.

Crédito, Giannis Floulis/REUTERS

Os dois primeiros vagões do trem de passageiros teriam ficado destruídos quase por completo após pegar fogo.

Alguns sobreviventes contaram que conseguiram sair dos vagões rastejando pelas janelas, engatinhando sobre vidros quebrados.

Outros relataram ter visto pessoas incapazes de escapar dos vagões em chamas.

A jornalista grega Alexia Kalaitzi passou a noite no local do acidente conversando com sobreviventes — a maioria deles estudantes que voltavam de férias.

Ela contou à BBC que muitos estavam em choque e tiveram que quebrar as janelas para escapar.

“Eles tiveram que usar a bagagem para quebrar a janela e sair do vagão.”

“Eles viram os dois primeiros vagões pegando fogo e fumaça por toda parte, as pessoas entraram em pânico e começaram a gritar.”

“Um rapaz, de cerca de 20 anos,disse que pensou que iria morrer porque ouviu um estrondo e depois sentiu o vagão inteiro tombando para o lado, até que virou.”

“Ele teve que escapar por um buraco.”

“A pior parte foram os pais que estavam esperando pelo filhos na estação de trem de Thessaloniki e não conseguiram encontrá-los”, acrescentou.

‘Dez segundos de terror’

Outros sobreviventes descreveram o momento do impacto.

“Ouvimos uma grande explosão”, contou Stergios Minenis à agência de notícias Reuters.

“Foram dez segundos de terror. Nós viramos dentro do vagão até cairmos de lado, e a movimentação parar.”

“Depois houve pânico. Cabos, fogo. O incêndio foi imediato. Quando estávamos virando, estávamos sendo queimados. O fogo foi do lado direito e do lado esquerdo. Por dez, quinze segundos foi o caos.”

“Fogo, cabos pendurados, janelas quebradas, pessoas gritando, pessoas presas. Pulamos de uma altura de dois metros de para sair [do trem] e embaixo havia destroços de ferro quebrado, mas o que poderíamos fazer?”

Guindastes são usados ​​na busca por sobreviventes

A operação de busca ainda está em andamento, com equipes de resgate focadas nos três primeiros vagões do trem de passageiros.

A operação envolve 150 bombeiros, 17 viaturas e quatro guindastes, que estão sendo usados ​​para erguer partes dos destroços.

Trinta ambulâncias foram enviadas para o local.

Dos 66 feridos, seis estão internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Causa do acidente ainda é desconhecida

Crédito, Alexandros Avramidis/REUTERS

Ainda não está claro, no entanto, o que causou o acidente.

O trem de passageiros saiu de Atenas por volta das 19h30 (horário local) com destino a Thessaloniki.

Enquanto isso, o trem de carga com o qual colidiu estava indo de Thessaloniki para Larissa.

Konstantinos Agorastos, governador da região de Tessália, onde ocorreu o acidente, disse à imprensa local que os dois trens colidiram no mesmo trilho.

“Eles estavam viajando em alta velocidade e um (condutor) não sabia que o outro estava vindo”, afirmou.

Yannis Ditsas, presidente da Federação Pan-helênica dos Trabalhadores Ferroviários, afirmou à emissora estatal ERT que, apesar de 40 anos de experiência, não pode dizer se o erro foi cometido no solo ou no trem.