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Legenda da foto, Mohammed Deif, líder militar do Hamas, já foi alvo de pelo menos sete tentativas de assassinato e sobreviveu a todas elas

O líder militar do Hamas, Mohammed Deif, foi alvo de um ataque aéreo no dia 13 de junho na cidade de Khan Yunis, em Gaza, segundo militares israelenses.

No dia seguinte, o exército israelense afirmou que o ataque aéreo matou Rafa Salama, um comandante da Brigada Khan Younis, descrito como um dos mentores do ataque de 7 de outubro em Israel e um colaborador próximo de Deif.

Mas o líder militar do Hamas, que já foi alvo de diversas tentativas de assassinato, aparentemente sobreviveu mais uma vez. O próprio primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que “não havia certeza” de que Deif havia sido morto.

Deif – que lidera as Brigadas Al-Qassam – está entre os homens mais procurados por Israel há décadas e é responsabilizado por autoridades israelenses pela morte de vários civis e soldados.

Seu nome verdadeiro é Mohammed Diab Al-Masry. Ele nasceu no campo de refugiados de Khan Yunis em 1965.

Deif foi criado em uma família muito pobre. Ele trabalhou ao lado do pai com fiação e estofamento, montou uma granja avícola e trabalhou como motorista.

Deif significa “visitante” ou “convidado”, em referência a seu estilo de vida, pois se acredita que ele se desloca de um lugar para outro para evitar a vigilância israelense.

Formado em ciências pela Universidade Islâmica de Gaza, onde estudou Física, Química e Biologia, ele foi chefe do comitê de entretenimento da universidade e atuou no palco em comédias.

Durante seus anos de universidade, Deif juntou-se ao grupo da Irmandade Muçulmana.

E quando o Hamas começou, em 1987 – após a primeira Intifada palestina –, ele se juntou à organização.

Deif foi preso pelas autoridades israelenses em 1989 e passou 16 meses na prisão, acusado de trabalhar para o braço militar do Hamas.

Ele foi um dos co-fundadores da ala militar do grupo, as Brigadas al-Qassam, e também supervisionou a fundação de uma filial das Brigadas Qassam na Cisjordânia.

Em 2002, Deif tornou-se chefe das Brigadas Qassam, após o assassinato de seu antecessor, Salah Shehadeh, num ataque israelense.

Em 2015, Deif foi colocado na lista de terroristas internacionais dos EUA. E em dezembro 2023, à lista da União Europeia.

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Legenda da foto, Deif tem um status quase mítico em Gaza devido à sua capacidade de sobreviver a diversas tentativas de assassinato

Tentativas de assassinato

Deif é acusado de planejar e coordenar atentados a bomba contra ônibus que mataram dezenas de israelenses em 1996, e de envolvimento na captura e morte de três soldados israelenses em meados da década de 1990.

Acredita-se que Deif tenha planejado os ataques do Hamas em 7 de outubro juntamente com Yahya Sinwar – o líder político do Hamas em Gaza.

E que ele tenha desempenhado um papel fundamental na arma mais proeminente do Hamas: o foguete Qassam, assim como no desenvolvimento da rede de túneis sob Gaza.

Também especula-se que Deif tenha passado a maior parte do tempo nesses túneis, escondendo-se do exército israelense e coordenando os ataques do Hamas.

Figura indescritível

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Legenda da foto, Acredita-se que Deif tenha passado a maior parte do tempo nos túneis sob Gaza

Ele é uma figura sombria conhecida pelos palestinos como “O Cérebro” e pelos israelenses como “O Gato com Nove Vidas”.

Desde 2001, Deif conseguiu sobreviver a cerca de sete tentativas de assassinato.

A mais grave foi em 2002. Ele sobreviveu, mas perdeu um dos olhos. Israel diz que ele também perdeu um pé e uma mão e ficou com dificuldade para falar.

Em 2014, as forças de segurança israelenses mais uma vez não conseguiram assassinar Deif durante um ataque à Faixa de Gaza, mas mataram sua esposa e dois de seus filhos.

Desde então, ele deixou poucos vestígios por onde passou. Há apenas três fotos conhecidas dele: uma é datada, na segunda ele está mascarado e na terceira aparece apenas sua sombra.