Dois padres jesuítas foram mortos na noite de segunda-feira (20/6) em uma igreja na comunidade de Cerocahui, no Estado de Chihuahua, no México, junto com um guia turístico que buscava refúgio no local quando era perseguido por uma pessoa armada.
Os corpos dos religiosos — identificados como Javier Campos Morales, de 78 anos, e Joaquin Césaer Mora Salazar, de 80 — e o da terceira vítima — Pedro Eliodoro P.G. — foram roubados e estão desaparecidos.
Uma pessoa foi declarada suspeita, mas as autoridades mexicanas não revelaram sua identidade.
O incidente chocou a comunidade jesuíta do país, que pediu proteção ao governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, especialmente em áreas com forte presença do crime organizado.
Na terça-feira (21/6), em coletiva de imprensa, o presidente mexicano reconheceu os altos índices de violência enfrentados na Serra de Tarahumara, onde fica Cerocahui, no norte do país.
“É uma área com presença significativa do crime organizado. Parece que já há informações sobre os possíveis autores desses crimes”, disse López Obrador.
O presidente confirmou a versão das autoridades e disse que o guia turístico estava sendo perseguido quando buscou proteção na igreja.
Antes dos assassinatos, também em Chihuahua, foi relatado o sequestro de quatro turistas — dois homens, uma mulher e um menor de idade. Nenhum deles foi encontrado ainda.
As vítimas foram sequestradas em um hotel na região, segundo a Reuters, citando fontes policiais não identificadas.
Corpos
O representante do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos no México, Guillermo Fernández Maldonado, disse que os dois sacerdotes faziam parte da equipe de pessoas que vem realizando “importante trabalho social” com a comunidade indígena Rarámuri há mais de dois décadas.
O jesuíta Luis Gerardo Moro Madrid, da Companhia de Jesus no México, criticou a violência.
“Eles foram mortos no contexto de violência que este país vive, depois de tentarem defender um homem que se refugiava na igreja e era perseguido por um homem armado”, disse Moro Madrid um comunicado de imprensa.
“Exigimos justiça e a recuperação dos corpos de nossos irmãos que foram retirados da igreja por pessoas armadas”, acrescentou.
O padre também denunciou a violência no norte do México, onde pessoas são assassinadas arbitrariamente “todos os dias”.
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