- André Biernath
- Enviado para Sharm El Sheik (Egito) pela BBC News Brasil
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez o seu primeiro discurso público na Conferência sobre as Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP27), que está sendo realizada em Sharm El Sheik, no Egito.
Um dos nomes mais aguardados do evento, Lula foi ao estande dos governadores dos Estados da Amazônia Legal, onde discursou por cerca de 10 minutos.
Com um pouco de dificuldade para falar após ser diagnosticado com uma inflamação na garganta pouco antes de viajar, o presidente eleito anunciou que pedirá à ONU para que o Brasil seja sede da COP30, marcada para 2025.
Ele também se comprometeu a atender um pedido feito por Helder Barbalho, governador do Pará, que solicitou que a futura conferência seja feita na Amazônia.
“Vamos falar com o secretário-geral da ONU para que a COP seja feita no Brasil e na Amazônia. Acredito que há dois Estados que têm estrutura para receber qualquer conferência: Amazonas e Pará”, avaliou.
Barbalho, inclusive, foi o primeiro a convidar Lula para a COP27. Posteriormente, ele também recebeu um convite de Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, presidente do Egito.
Essa é a primeira viagem internacional que o presidente faz após as eleições de 2022.
Ao longo da fala, Lula também disse que “o Brasil está de volta”.
“O Brasil está saindo daquele casulo ao qual foi submetido nos últimos quatro anos. O Brasil não nasceu para ser isolado. Somos um país muito grande com uma cultura extraordinária”, afirmou.
“[Nos últimos quatro anos] era como se a gente estivesse sofrendo um bloqueio. Mas não era algo econômico ou político, mas um bloqueio antidemocracia e contra o negacionismo.”
Lula também prometeu conversar mais com governadores e prefeitos durante o seu mandato.
“Vamos fazer com que prefeituras tenham mais recurso para que eles possam fazer alguma coisa [contra o desmatamento ilegal]”, disse.
“Vamos ter uma luta muito forte contra o desmatamento, cuidaremos dos povos indígenas e criaremos o Ministério dos Povos Originários”, prometeu.
“A democracia voltará a reinar e o diálogo será permanente.”
Por fim, Lula disse que fará um pronunciamento oficial em que vai “divulgar mais coisas”.
A segunda fala dele está agendada para esta quarta-feira (16/11), às 17 horas no horário local, 12 horas em Brasília.
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