Ontem, já no final da noite, ao estudar, ou melhor, revisar de forma mais aprofundada assuntos relacionados a Sociedade Brasileira, deparei com um link que me direcionava para uma entrevista com o filósofo francês Francis Wolff.
A conversa tratava do apolitismo, nome difícil para identificar a recusa dos cidadãos, explícita ou implícita, em participar da vida da comunidade política e das escolhas que essa comunidade faz: “É o desinteresse pela coisa pública”, explicava Wolff.
Num determinado trecho da conversa, o entrevistado disse que o “desinteresse por política ameaça a democracia.”
“O distanciamento entre os governantes e os governados é a negação da democracia. É possível que o cidadão nem perceba que, quando ele procura “viver em paz”, sem intrometer-se nos temas públicos, a política acaba se tornando um campo exclusivo dos “políticos profissionais”. Como estão distantes do povo, esses políticos tendem a tomar medidas tecnicistas, orientadas por critérios técnicos, sem levar em consideração as opiniões, os interesses e as vontades da população. No dia a dia, o cidadão não se dá conta disso. Só percebe quando os políticos baixam alguma medida que realmente o prejudica.”
A afirmativa, publicada no site Agência Senado em 2012, é atemporal, e cai como uma pedra forte na cabeça dos que dizem não se importar com política, ou com conteúdo “derivado” dela. Só perceber quando os políticos baixam alguma medida que realmente o prejudica, às vezes pode ser tarde demais. Fica a dica!
22/02/2022 às 10:09 – Por Andros Silva