Após as cenas lamentáveis vistas no jogo entre Sport e Vasco, no último domingo (16), na Ilha do Retiro, pela Série B do Brasileiro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou, nesta segunda-feira (17), que nove pessoas detidas no tumulto foram autuadas por sete crimes. Membros de uma organizada rubro-negra invadiram o campo, agrediram bombeiros que estavam trabalhando – prestando socorro a torcedores – e depredaram o estádio.
De acordo com o TJPE, sete Termos Circunstaciados de Ocorrência (TCOs) foram lavrados pelo Juizado Especial do Torcedor do Estado de Pernambuco (Jetep). Os crimes investigados são: tumulto (Art. 41-B, do Estatuto do Torcedor); porte ilegal de substâncias entorpecentes (Art. 28, da Lei de entorpecentes); dano ao patrimônio (Art. 163, do Código Penal); resistência (Art. 329, do Código Penal); desobediência (Art. 330, do Código Penal); lesão corporal (Art. 129, do Código Penal); e desacato (Art. 331, do Código Penal).
Ainda segundo o Tribunal de Justiça, um dos vândalos estava com drogas, e terá o caso investigado pela Polícia Civil, depois de solicitação feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Entre as medidas adotadas pelo TJPE, três dos autuados não poderão ir a estádios de futebol por seis meses, pois preenchem os requisitos legais para transações penais. Dois autuados, por já terem praticado outros tipos de delitos em outras ocasiões, tiveram os autos enviados ao Ministério Público para análise das providências a serem adotadas.
O MPPE também será responsável por avaliar os autos de outros três torcedores, que cometeram mais de um crime durante a confusão após o gol marcado por Raniel, de pênalti.
Os autuados foram apresentados ao Juizado do Torcedor, no plantão de domingo, em unidade judiciária que teve o juiz Eugênio Cícero Marques como plantonista, e contou com a presença do promotor José Bispo de Melo e do defensor Rodrigo Costa Lima Furtado.
PM garantiu segurança
Também em nota encaminhada à imprensa nesta segunda, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) informou que garantiu segurança para a retomada da partida entre Sport e Vasco, após conter a invasão ao gramado. Segundo a PM, 485 policiais estavam à disposição para o duelo, sendo 180 parte do Batalhão de Choque, exclusivo para a segurança do ambiente interno do estádio rubro-negro, prontos para atuar em caso de “alguma dificuldade por parte da seguranaç privada contratada pelo clube”. Após a invasão, o policiamento foi reforçado pelo Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI) e duas aeronaves do Grupamento Tático Aéreo (GTA).
FPF repudiou invasão
Por meio de comunicado, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) repudiou os atos de violência ocorridos na Ilha do Retiro, “principalmente a bombeira Juliana Martins, agredida em campo”. A entidade que comanda o futebol avisa que está acompanhando os relatórios e posicionamentos sobre as situações que envolvem arbitragem e clubes, no intuito de “tomar as medidas cabíveis e necessárias para a situação”. Além disso, o presidente Evandro Carvalho viajou nesta segunda para o Rio de Janeiro, para tratar do assunto pessoalmente junto ao STJD e da CBF.
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Fonte: Folha PE