Imagem: Créditos do Trailer Oficial
À falta do que fazer, coisa rara porque aposentado está sempre ocupado, ontem à noite fui ao cinema ver o filme sobre Napoleão. Na entrada o porteiro não acreditou que eu fosse idoso e pediu que eu me identificasse. Fiquei grato pelo elogio.
Começou o filme, e vi Napoleão como um velho chorão. A cada chifre um rio de lágrimas, estimulando a fabricação de lenços. Velhice incrível, energia e ferocidade não lhe faltaram nos combates e guerras de conquista. A esposa morrera de peito inchado, difteria, doença muito comum àquela época. A essa informação do filme, um gaiato desbocado acrescentou ao público: de peito inchado, marido não bezerrou, mulher mal mamada.
De repente as imagens sumiram da tela e o som emudeceu. Senti-me treinando para representar deficientes visuais e auditivos como artista de televisão. Dava para ouvir, entretanto, os suspiros e os gemidos de um casal jovem sentado próximo. Pensei em chamar uma ambulância, eles poderiam estar sentindo falta de ar ou alguma dor… Meia hora depois acenderam a luz e uma pessoa avisou sobre a falta de energia de que todos sabíamos.
A plateia gritou enfurecida: Apaga a luz, faz silêncio. O resto do filme a gente imaginou como quis durante o sono.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
Contato: jsiqueirajr@yahoo.com.br
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11/12/2023 às 10:55
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