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NAM: Peça Rosa Gente, Rosa Flor encerra atividades do Março das Mulheres

1º/04/2022 – Após um mês todo dedicado às causas em prol das mulheres, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do Núcleo de Apoio à Mulher Promotora de Justiça Maria Aparecida da Silva Clemente (NAM), com o apoio dos Centros de Apoio Operacional de Defesa da Educação e da Cidadania, (CAO Educação e CAO Cidadania), concluiu as atividades do Março das Mulheres, na tarde da quinta-feira (31), com a apresentação do espetáculo teatral Rosa Gente, Rosa Flor, no auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto, no bairro da Boa Vista, no Recife.

A peça é uma produção da empresa ConsuArte Ltda, escrita por Lugg Alves, cuja encenação segue um contexto de teatro popular, inspirada na temática Violência contra à Mulher, utilizando os gêneros da comédia e do drama, buscando mostrar que a arte muitas vezes imita a realidade. Na trama, a protagonista Rosa é uma mulher humilde e que carrega no corpo marcas de violência doméstica cometida por seu marido, Joaquim, que é um homem rude e que também é agressivo com o enteado, Carlinhos, filho de Rosa. Ao longo da história, tanto Açucena, vizinha de Rosa e mulher empoderada, quanto Carlinhos não aceitam o fato de Rosa sofrer violência por parte de Joaquim, e tentam convencê-la a denunciá-lo à polícia, abordando a Lei Maria da Penha.

Durante todo o espetáculo, foram feitas interações com os presentes, provocando os espectadores com questionamentos sobre os direitos das mulheres, passando pelas tipologias de crimes contra a mulher, a importância do empoderamento feminino, até o ato de coragem e não mais omissão em denunciar crimes contra elas mesmas. Ainda houve espaço para emboladas musicais, e brincadeiras feitas no palco a convite dos atores, também com integrantes da plateia.

Marcaram presença os alunos dos três últimos anos do ensino médio, das escolas de referência da rede pública de ensino estadual: EREM Luiz Delgado, EREM Sizenando Silveira, Liceu de Artes e Ofícios, e EREM Sylvio Rabello, cada uma delas trouxe cerca de 50 alunos para assistir à apresentação. Além dos estudantes, também estiveram atentos à trama, membros do Ministério Público de Pernambuco e autoridades de órgãos integrantes da rede de proteção à mulher, parceiros do parquet.

Após a peça, foi realizada uma roda de diálogos sobre “Violência doméstica sob várias perspectivas”, que foi mediada pela promotora de Justiça e coordenadora do NAM, Bianca Stella. A conversa também contou com a participação da promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Cidadania (CAO Cidadania), Dalva Cabral, que trouxe a sua experiência enquanto promotora de Justiça com atuação no Tribunal do Júri, revivendo casos envolvendo violência contra à mulher. Participou ainda da conversa a procuradora de Justiça aposentada do MPPE e ex-coordenadora do GT Racismo da Instituição, Bernadete Figueiroa, que trouxe os reflexos do chamado racismo estrutural, a começar pelas próprias instituições que têm a função de defender os cidadãos.

Ainda na mesa de discussões, estiveram presentes: Giselly Muniz Lemos de Morais, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação; Marta Almeida, Ekidi da tradição Nagô Vodun e diretora do Movimento Negro Unificado; Virgínia Moury Defensora Pública, e ainda Sâmia Véras, professora, e escritora de literatura infantil. Duas alunas e dois alunos também foram convidados a compartilhar suas visões a respeito do tema, também suas opiniões sobre a peça.

“O mês de março foi um mês bastante intenso no Ministério Público de Pernambuco, com várias atividades coordenadas pelo Núcleo de Apoio à Mulher, pelo CAO Educação, pelo CAO Cidadania, sempre na busca de despertar a sociedade, para a importância que deve ser dada ao empoderamento feminino, ao combate à violência doméstica, sobretudo aquela praticada contra a mulher, e também despertando no público masculino a necessidade de se repensar”, analisou o procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto de Freitas Oliveira. “Nós ficamos muito satisfeitos com este encerramento, no dia de hoje, com essa apresentação teatral para os jovens estudantes de escolas públicas do Estado, mostrando o quanto é importante já trabalhar no tema no âmbito escolar”, concluiu o PGJ.

“Foi muito importante esse encerramento do mês de março das mulheres. O mês de março é simbólico pela referência ao Dia Internacional das Mulheres, o 8 de março, mas são tantos variados o público, dada a transversalidade da causa, que a gente precisa do mês todo para tentar contemplar a diversidade do público. E nisso, o NAM veio realizando ações, palestras, e agora, finalmente articulando com o CAO da Educação e com o CAO da Cidadania, visando dar a nossa colaboração a Semana Escolar de Combate à violência”, avaliou a promotora Bianca Stella.

“Consideramos o tema da violência contra a mulher como sendo algo sério e grave. E a arte, por meio de uma apresentação como esta, consegue de uma maneira mais lúdica, mas não fugindo da importância do tema, levar a possibilidade de os estudantes debaterem a respeito e com isso, construir novos conceitos. Esse é um ponto importante que o NAM está trazendo para esses estudantes do ensino médio, para que a gente possa formar esses jovens, trazer novos conceitos, e a partir disso, eles desenvolverem essas temáticas em suas atividades curriculares”, comentou o coordenador do CAO Educação, o promotor de Justiça Sérgio Souto.

“A Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco avalia de forma muito positiva esse tipo de ação, porque a gente sabe a importância de fortalecer todos os dias a rede de proteção. E a rede é isso: Ministério Público, Poder Judiciário, Secretaria da Mulher, Polícias, todas nós necessitamos andar de mãos juntas. Então, quando a gente percebe que estamos integradas umas com as outras, a gente com certeza vai se fortalecer, e todos os dias pensarmos em estratégias para o combate, para o enfrentamento a violência”, disse a secretária da Mulher de Pernambuco, Ana Elisa Sobreira.

Mesa de Abertura – Também prestigiaram o evento, o vice-cônsul do Consulado Americano, Christopher Kurk, que representou a Cônsul Jéssica Simon; a desembargadora e coordenadora da Coordenadoria da Mulher do TJPE, Daisy Maria Pereira; Laudijane Domingos, gestora do Centro de Referência Clarice Lispector; Fabiana Ferreira Leandro, gestora do Departamento de Polícia da Mulher (DPMUL); Maviael de Souza, secretário-geral do MPPE; e Deluse Amaral, promotora de Justiça e presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE).

Sobre a peça – Rosa Gente, Rosa Flor é uma obra que passa por várias dicas no contexto educacional e busca instruir o público a como combater esse crime, motivando a todos a cumprir seu papel como cidadão perante este cenário. O elenco é formado pelos atores e atrizes com seus respectivos personagens: Luciana Torres (Rosa), Elenita Ramos (Açucena), Flávio Alves (Joaquim), Osvaldo Castanha (Carlinhos), Joan Artur (Policial) e Lugg Alves (narrador).

Mês da Mulher – O NAM iniciou o mês de março com as tratativas para a implementação do projeto Elos de Convivência com Elas em Gravatá, município piloto do projeto no MPPE. A iniciativa, que surgiu em razão dos altos índices de violência contra a mulher e tem como objetivo a criação de grupos reflexivos para agressores, foi oficializada na última terça-feira (29), por meio da assinatura dos Termos de Cooperação Técnica e de Abertura de Projeto entre o parquet e a Secretaria da Mulher de Gravatá. Na ocasião, também foram assinados os Termos de Cooperação Técnica e de Abertura de Projeto da ação institucional MP Empodera.

E como 2022 é ano de eleições, no dia 8, Dia Internacional da Mulher, em parceria com a Escola Superior do MPPE e o Ministério Público do Tocantins (MPTO), o Núcleo promoveu o webnário “Março das Mulheres: violências e mulheres na política”, no qual foram abordados os problemas, desafios e conquistas das mulheres nos espaços de poder políticos. As exposições trouxeram reflexões importantes sobre a atual situação das mulheres nos Poderes Legislativo, Executivo e também Judiciário e como ainda é reduzida a presença delas em ambientes de decisão e comando. 

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