Após internações sucessivas provocadas pela doença pulmonar obstrutiva crônica, o ator Pedro Paulo Rangel morreu na madrugada desta quarta-feira (21). Aos 74 anos, o artista estava internado no Rio de Janeiro. Ele foi entubado em 11 de dezembro e no dia 14, chegou a ter os sedativos suspensos, apresentando uma breve melhora.
Rangel já havia sido hospitalizado em meados de novembro pelo mesmo motivo. Durante a internação, o artista compartilhou registros com os fãs nas redes sociais e contou que passou um período no CTI. Dias depois, ele chegou a receber alta e retornou para casa no fim do mês. No entanto, acabou tendo de voltar para a Casa de Saúde São José após uma piora no quadro de saúde.
Nascido no Rio de Janeiro em 29 de junho de 1948, Pedro Paulo Rangel se encantou com o mundo artístico ainda na infância. Quem o apresentou ao mundo da atuação foi um vizinho, que era ator amador. Aos 11 anos, porém, não tinha muitos papéis em que pudesse atuar, por isso decidiu escrever seu primeiro trabalho: Quando os Pais Entram de Férias. Algumas montagens mais tarde, entrou para o elenco de uma peça infantil, que era encenada na Igreja de Santa Terezinha. Foi lá que conheceu Marco Nanini, com quem estudaria no Conservatório Nacional de Teatro, atual Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Unirio.
Mas foi sob a direção de José Celso Martinez Corrêa que o ator participou de seu primeiro espetáculo teatral profissional, na peça Roda Viva, de Chico Buarque, em 1968. Na TV, sua estreia foi dois anos mais tarde, com a novela Super Pla’, na TV Tupi, em que fez um garçom e atuou com a colega de teatro Marília Pera.
Em 1972, enquanto atuava em outro espetáculo, um diretor da TV Globo viu seu trabalho e logo Rangel estava na pele de Gastão, da novela Bicho do Mato. O ator também ficou marcado por abrir as portas para o nu masculino na novela Gabriela, em 1975. O sucesso foi tanto que, no mesmo ano, ganhou seu primeiro protagonista na curta novela O Noviço, interpretando Carlos. No ano seguinte, viveu o galã Dirceu, em Saramandaia.
— E foi o único galã que eu cometi — brincou, em entrevista ao Memória Globo.
Sem conexão
Pedro Paulo Rangel se destacou no papel de Calisto, ao lado de Suely Franco, que vivia a dona Mimosa, em “O Cravo e a Rosa”
Pedro Paulo Rangel se destacou no papel de Calisto, ao lado de Suely Franco, que vivia a dona Mimosa, em “O Cravo e a Rosa”
Nos anos 1980, Rangel se dedicou ao cinema, passando um período longe das novelas. Nessa fase da carreira, atuou em filmes como Menino do Rio (1982) e Prova de Fogo (1980) e foi premiado pela atuação nos espetáculos A Aurora da Minha Vida e Machado em Cena, ambos apresentados no Rio de Janeiro.
Em 1988, o ator passou a integrar a segunda temporada de TV Pirata, considerado um marco em humorísticos da TV. No mesmo ano, retornou às novelas em Vale Tudo, além de fazer sua primeira minissérie, O Primo Basílio.
Outro papel de destaque em sua carreira foi Adamastor, de Pedra Sob Pedra. O ator chegou a descrever o personagem como um “experimento” que o deixou “no fio da navalha”, pois personagens homossexuais eram incomuns nos folhetins nos anos 1990.
Rangel ainda atuou em produções de sucesso como A Indomada (1997), O Cravo e a Rosa (2000-2001) e A Muralha (2000). Seu último papel em novelas foi em 2012, em Amor Eterno Amor. Ele ainda teve participações em obras como Você Decide, A Diarista, Os Aspones e Sob Nova Direção, além de A Grande Família, contracenando mais uma vez com Nanini.
Fonte: Prefeitura de Caruaru