A atriz Maggie Smith, estrela dos filmes Harry Potter e da série Downton Abbey, morreu aos 89 anos.
Em nota, seus filhos disseram que ela morreu de forma pacífica no hospital na manhã de sexta-feira (27/9).
Considerada uma lenda do palco e do cinema no Reino Unido, ela ganhou dois Oscars durante sua carreira – por A Primavera de uma Solteirona em 1970 e Califórnia Suite em 1979.
Colegas contam que ela sempre levava todos os papéis muito a sério e com frequência era vista andando para lá e para cá relendo suas falas enquanto o resto do elenco estava descansando.
Nascida em Ilford, na Inglaterra, em 28 de dezembro de 1934, Margaret Natalie Smith era filha de um patologista.
Com a guerra se aproximando, a família se mudou para Oxford.
Ela fez sua estreia como atriz em 1952 e teve uma carreira de seis décadas.
Ela começou no teatro como atriz substituta no Oxford Repertory. Sua companhia se mudou para um pequeno teatro em Londres em 1955, onde atraiu a atenção do produtor americano Leonard Stillman, que a escalou para New Faces, que estreou na Broadway em junho de 1956.
No cinema, o papel que lhe trouxe fama internacional veio em 1969, quando ela interpretou a professora rebelde em A Primavera de uma Solteirona. O papel lhe rendeu um Oscar de melhor atriz.
Ao longo de sua carreira, ele participou de diversos sucessos de bilheteria, como Mudança de Hábito, ao lado de Whoopi Goldberg.
Um de seus papéis mais marcantes é o da professora McGonagall na saga Harry Potter.
Em nota nesta sexta-feira, os seus filhos, Toby Stephens e Chris Larkin, disseram: “É com grande tristeza que temos que anunciar a morte de Maggie Smith.”
“Ela faleceu pacificamente no hospital na manhã de sexta-feira, 27 de setembro. Uma pessoa intensamente reservada, ela estava com amigos e familiares no final. Ela deixa dois filhos e cinco netos amorosos que estão arrasados pela perda de sua extraordinária mãe e avó.”
“Agradecemos por todas as suas mensagens gentis e de apoio e pedimos que respeitem nossa privacidade neste momento.”
Carreira premiada
O primeiro papel da Smith no cinema foi de figurante em um longa de 1956. Dois anos depois, em 1958, ela foi indicada para melhor novata no Bafta, o maior prêmio do cinema britânico, pelo filme Sem Saída.
Em 1963, o jornal The Times escreveu uma crítica sobre a peça Mary Mary, da qual ela participava, dizendo que a atriz era “a salvação dessa comédia fofa da Broadway”.
Mais tarde, em 1963, Laurence Olivier ofereceu a ela o papel de Desdêmona em Otelo, que esteva sendo apresentada no National Theatre. A peça, com o elenco original, foi transformada em filme dois anos depois, com Smith sendo indicada ao Oscar.
O papel que lhe trouxe fama internacional veio em 1969, quando ela interpretou a professora decididamente não conformista em A Primavera de uma Solteirona.
O papel lhe rendeu um Oscar de melhor atriz em 1970.
Ela também se casou com seu colega de elenco no filme, Robert Stephens.
A atriz continuou no National Theatre por mais dois anos.
Ela recebeu outra indicação ao Oscar de melhor atriz após interpretar Tia Augusta no filme de George Cukor, Viagens com a Minha Tia, em 1972.
Ela e Stephens se divorciaram em 1975, e um ano depois ela se casou com o dramaturgo Beverley Cross, e também se mudou para o Canadá e passou quatro anos em uma companhia de teatro de repertório, onde assumiu papéis mais pesados em Macbeth e Ricardo III.
Ela continuou a trabalhar no cinema atuando ao lado de Peter Ustinov no filme de 1978, Morte no Nilo e, no mesmo ano, o papel de Diana Barrie em California Suite, pelo qual também ganhou um Oscar.
Harry Potter e Downton Abbey
Em 1990, ela foi condecorada como dama, uma das mais altas honrarias do Reino Unido.
Um ano depois, apareceu como Wendy em Hook: A Volta do CapitãoGancho, a sequência de Stephen Spielberg para Peter Pan.
Outros filmes de sucesso se seguiram, incluindo Mudança de Hábito, ao lado de Whoopi Goldberg, e O Jardim Secreto, pelo qual ela foi indicada ao Bafta.
O novo século trouxe um Bafta e uma indicação ao Emmy pelo papel de Betsey Trotwood na produção da BBC de David Copperfield.
Um ano depois, ela apareceu como Professora McGonagall em Harry Potter e a Pedra Filosofal, um papel que ela reprisaria em todos os filmes subsequentes de franquia.
Ela foi a única artista que a autora J.K. Rowling pediu especificamente.
Em 2004, ela apareceu com sua amiga de longa data Judi Dench, no drama O Violinista que Veio do Mar.
Dois anos depois, ela interpretou a Condessa de Trentham, uma idosa aristocrática e falida, em Gosford Park, sobre um assassinato em uma casa de campo inglesa.
Sua atuação foi sensacional, com um verniz de esnobismo e atrevimento.
Foi um papel que ela sem dúvida reprisou quando foi escalada para a série Downton Abbey. O nome de sua personagem pode ter mudado para Condessa de Grantham, mas a atuação foi semelhante em essência.
“É verdade que não tolero gente boba”, ela disse uma vez. “Talvez seja por isso que sou muito boa em interpretar senhoras idosas atrevidas”
Ela permaneceu no elenco de Downton Abbey até 2015, quando a série finalmente chegou ao fim, reprisando o papel em dois filmes em 2019 e 2022.
Em 2007, durante as filmagens de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Ela recebeu alta após dois anos de tratamento.
Apesar de se sentir fraca após sua doença, ela estrelou o último filme de Harry Potter e continuou trabalhando e ganhando prêmios
Smith deu poucas entrevistas ao longo da vida, mas uma vez lhe pediram para dizer porque gostava tanto de atual.
“Eu gosto da coisa efêmera do teatro, cada apresentação é como um fantasma – está lá e logo em seguida já não está mais”, disse ela.
Fonte: BBC