Ao presidente do MDB em Pernambuco, deputado federal Raul Henry, o dirigente nacional da legenda, Baleia Rossi, já havia adiantado, ainda no último dia 23, que os planos do partido de consolidar uma federação com o União Brasil não iriam vingar. Como a coluna antecipara, os dois se reuniram em Brasília, naquele dia, e o assunto foi à pauta numa conversa reservada.
Ontem, no entanto, Baleia cuidou de formalizar em público o que já vinha comunicando internamente a dirigentes de diretórios estaduais. “Na condição de presidente nacional do MDB, comuniquei aos diretórios estaduais, senadores e deputados que o nosso partido não fará nenhuma federação para as eleições de 2022”, registrou o dirigente nacional em seu Twitter.
Originalmente, Baleia iniciou tratativas com o PSDB sobre a possibilidade de uma federação e, num segundo momento, as costuras sobre o mesmo assunto evoluíram de forma mais célere com o União Brasil. O MDB tem a senadora Simone Tebet na condição de presidenciável e o União Brasil tinha o nome de seu presidente, Luciano Bivar, à disposição para encabeçar uma chapa na corrida pelo Planalto ou para compor.
Em Pernambuco, essa federação poderia gerar uma encruzilhada. No Estado, o MDB integra a Frente Popular, aliança liderada pelo governador Paulo Câmara e que tem o deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato ao Palácio das Princesas, enquanto o União Brasil trabalha com a candidatura a governador do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, um quadro da Oposição.
O Estado constava na lista dos sete que, nas contas da direção nacional, não queriam federação em função exatamente desses conflitos regionais. Os outros 20 tinham situação mais flexível. Mas o assunto foi dado por encerrado. Ao menos, para 2022, como sublinhou Baleia Rossi em comunicado feito bem no dia em que foi aberta a janela partidária, portal para movimentações que vão definir o tabuleiro para outubro. Como Bivar já havia adiantado, no entanto, os partidos devem caminhar juntos ainda na cena da corrida presidencial, via coligação na majoritária, com ou sem federação.
Livres para ficar
Presidente do MDB-PE, Raul Henry, à coluna observa que a posição externada, agora, por Baleia Rossi de não federar com o União Brasil, “já era a tendência no partido, que é muito heterogêneo”. Ele completa: “É, praticamente uma federação de partidos estaduais e cada estado tem identidade diferente”. Com o martelo batido, em Pernambuco, o resultado, como registra Henry, é o seguinte: “Agora, estamos livres para seguir nosso caminho, que é o de permanecer na Frente Popular”.
Foi sem… > Raul Henry chegou a ser recebido recentemente por Luciano Bivar, presidente do União Brasil, em Brasíla, em conversa na qual também estava o governador Paulo Câmara, o que gerou zum-zum-zum no Estado sobre a hipótese de a legenda de Bivar acabar na Frente Popular. No dia seguinte, o dirigente nacional cuidou de assegurar que a candidatura de Miguel Coelho estava de pé, em entrevista de rádio em Petrolina.
…ter sido > Se houvesse federação, pondera Raul Henry, “a gente tinha que saber qual era a posição majoritária dentro do União Brasil, se era ficar na Frente Popular ou lançar candidatura própria”. Há no PSB quem ainda aposte em atrair o União Brasil.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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