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Marrocos tem proibição a álcool ao ar livre e cenário conservador de direitos LGBT e das mulheres

Sede do Mundial de Clubes pela terceira vez em sua história, o Marrocos vive um grande momento em relação ao futebol. O país, que tenta há cerca de duas décadas ser sede de uma Copa do Mundo, vem de campanha histórica na Copa do Catar, em que chegou à semifinal, no fim do ano passado. Ao mesmo tempo em que mira a internacionalização, tem seu dia a dia permeado por costumes conservadores.

Assim como no Catar, o consumo de álcool não é permitido ao ar livre no país, estando liberado apenas em bares, hotéis ou restaurantes especializados. O acesso às bebidas, porém, não deve ser dificultado como no Catar (quando os anfitriões proibiram a venda e consumo até mesmo dentro dos estádios), já que é possível adquiri-las em comércios locais. Os preços podem não ser os mais convidativos, já que a maioria do país, adepta ao islã, não consome álcool.

O país é uma monarquia comandada pelo rei Mohammed VI, que está há 23 anos no trono e também ocupa o papel de chefe religioso. Em meio a esse cenário, o país ainda adota regras e legislação conservadoras quanto a direitos das mulheres e de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBTQIA ).

Organizações internacionais de direitos humanos criticam legislações antigas do país que não criminalizam, por exemplo, o estupro conjugal. As mulheres que denunciam estupro no país também estão sujeitas a punições caso sua versão não seja aceita pelas autoridades. As leis locais também dificultam o acesso ao divórcio e herança em casamentos, possibilidades de proteção após casos de violência doméstica, além de flexibilizarem a possibilidade de meninas casarem a partir dos 15 anos de idade.

Segundo o Human Rights Watch (HRW), leis que restringem as liberdades individuais permanecem em vigor, incluindo normas pessoas LGBTQIA . A Anistia Internacional aponta que o código penal do país criminaliza relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

As duras regras comportamentais são acompanhadas por mecanismos punitivos que podem ser acionados pelas autoridades em caso de “ofensas de fala não-violenta” e “causar danos” ao Islã ou à monarquia. O governo local já processou jornalistas e figuras de redes sociais que criticaram o governo. Uma delas foi a comentarista do YouTube Jamila Saadane, condenada a três meses por “insultar instituições organizadas e distribuindo falsas alegações” depois que ela alegou que as autoridades protegiam as atividades de turismo sexual em Marrakech, um dos principais destinos do país.

O Mundial de Clubes tem suas semifinais começando nesta terça-feira. às 16h, Flamengo e Al-Hilal brigam por uma vaga na final, em Tânger. Já na quarta-feira, é a vez de Real Madrid e Al-Ahly medirem forças.

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Fonte: Folha PE

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