Entre as 129 vítimas dos impactos causados pelas fortes chuvas do fim de maio e começo de junho em Pernambuco, 71 eram mulheres e 58, homens. O dado faz parte de um levantamento divulgado nesta sexta-feira (10), pela Secretaria de Defesa Social (SDS), e traz mais detalhes sobre a segunda maior tragédia natural já registrada na história do Estado.
Outro recorte indica que a maior quantidade de óbitos ocorreu em Jaboatão dos Guararapes: ao todo, 64 pessoas perderam a vida na cidade da Região Metropolitana do Recife. Segundo a secretaria, no georreferenciamento, foi levado em consideração o local do deslizamento de barreira ou enchente.
“Fizemos um extenso trabalho de investigação cruzando os dados disponíveis em diversos serviços e sistemas, para conhecer em maior profundidade essa tragédia sem precedentes na história de Pernambuco. Estamos falando de vidas, de famílias e populações inteiras marcadas por perdas imensuráveis e irreparáveis. E é por isso que o panorama pode ser consolidado somente agora, dias depois, mas de forma segura e precisa, dada a complexidade social e as fontes de informações”, disse o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.
Todas as 129 vítimas fatais foram reconhecidas e identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML). Do total, 120, o equivalente a 93%, morreram soterradas em deslizamento de barreiras e as outras nove (7%) vieram a óbito por afogamento.
As mortes ocorreram principalmente nos dias 28 e 29 de maio, com 101 e 17, respectivamente. As demais ocorreram nos dias 25 (5), 30 (3) e 31 de maio (2). A 129ª morte ocorreu em 7 de junho.
Das vítimas, aponta a SDS, 71 eram mulheres – o que corresponde a 55% do total. Os outros 58 (45%) eram homens. O recorte de idade indica que das 129 pessoas, 63 tinham entre 31 e 65 anos; 24 estavam na faixa entre 18 e 30 anos; 24 eram crianças de 1 a 12 anos; 9 tinham mais de 65 anos; 8 eram adolescentes de 13 a 17 anos; e um era recém-nascido.
O levantamento foi feito pela Gerência de Análise Criminal e Estatística (Gace) da Secretaria de Defesa Social, com base no georreferenciamento dos bairros das cidades pernambucanas e informações coletadas junto a prefeituras, Corpo de Bombeiros, órgãos estadual e municipais de Defesa Civil, Instituto de Medicina Legal (IML) e sistema Infopol.
Buscas por desaparecidos após a fortes chuvas que atingiram Pernambuco (Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco)
Onde morreram as vítimas?
O levantamento da SDS considerou o local de deslizamento de barreira ou enchente a partir de georreferenciamento. A maioria das mortes ocorreu em Jaboatão dos Guararapes, seguido do Recife, com 64 e 50 óbitos, respectivamente. Outras sete mortes foram registradas em Camaragibe, seis em Olinda, uma em Paulista e uma em Limoeiro.
A SDS também divulgou o detalhamento por bairros e cidades:
Cohab, Recife – 25 mortes
Dois Carneiros, Jaboatão – 24 mortes
Barro, Recife – 9 mortes
Padre Roma, Jabotão – 7 mortes
Muribeca, Jaboatão – 7 mortes
Ibura, Recife – 7 mortes
Santo Aleixo, Jaboatão – 6 mortes
Curado, Jaboatão – 6 mortes
Alto Santo Antônio, Camaragibe – 6 mortes
Cavaleiro, Jaboatão – 4 mortes
Guabiraba, Recife – 3 mortes
Zumbi do Pacheco, Jaboatão – 2 mortes
Engenho Velho, Jaboatão – 2 mortes
Peixinhos, Olinda – 2 mortes
Córrego do Abacaxi, Olinda – 2 mortes
Tejipió, Recife – 1 morte
Dois Irmãos, Recife – 1 morte
Córrego do Jenipapo, Recife – 1 morte
Casa Amarela, Recife – 1 morte
Cajueiro, Recife – 1 morte
Alto Santa Terezinha, Recife – 1 morte
Sucupira, Jaboatão – 1 morte
Socorro, Jaboatão – 1 morte
Piedade, Jaboatão – 1 morte
Loteamento 92, Jaboatão – 1 morte
Comporta, Jaboatão – 1 morte
Alto da Colina, Jaboatão – 1 morte
Santa Tereza, Olinda – 1 morte
Águas Compridas, Olinda – 1 morte
Jaguaribe, Paulista – 1 morte
Zona Rural de Limoeiro – 1 morte
Bairro dos Estados, Camaragibe – 1 morte
Ao citar que as prioridades, num primeiro momento, foram resgatar e salvar cerca de 2,5 mil pessoas que estavam ilhadas, o secretário Humberto Freire elencou operações de localização e identificação de todos os desaparecidos, bem como a entrega dos corpos às suas respectivas famílias.
“É preciso se debruçar e analisar essa triste realidade, para nortear com maior precisão as políticas públicas, além de subsidiar nossos planos de prevenção e contenção de desastres ambientais e climáticos”, completou.
Veja no arquivo a seguir a relação dos nomes completos das vítimas, datas dos óbitos e locais das ocorrências, com recorte por logradouro, bairro e município:
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