Foi em Serra Talhada que se deu o último compromisso do ex-presidente Lula nesta quarta-feira (20). Tinha jantar previsto para ocorrer na casa da prefeita Márcia Conrado, mas devido ao horário, o governador Paulo Câmara, a vice-governadora Luciana Santos e o próprio Lula precisaram pegar o voo de volta para Recife sem que desse tempo de ir à mesa com a gestora.
Na cidade, Lula voltou a sublinhar o que já havia dito pela manhã:
“Eu não confundo a minha relação pessoal com a minha relação política”.
Pela manhã, dissera isso ao cravar Danilo Cabral como seu pré-candidato a governador. Turbinar o socialista era a meta. Ainda em Garanhuns, Lula cuidara de dar o seguinte recado logo que abriu sua fala:
“Eu, na verdade, vim aqui para dizer uma palavra ou uma frase: ‘Eu tenho candidato a governador no Estado de Pernambuco, que é o companheiro Danilo Cabral'”.
A fala de Lula se deu em meio a uma disputa em curso, no Estado, pela fidelização de seu apoio. Não à toa, Marília Arraes, pré-candidata a governadora pelo Solidariedade, mas que também apoia Lula, em nota, cuidou de alfinetar socialistas, afirmando que “os fatos e o apelo popular por seu nome durante o evento da Frente Popular, na cidade, falam por si”. E seguiu em tom de ironia, dizendo que “lamenta que o PSB submeta o presidente Lula a tamanho constrangimento em Pernambuco”.
Marília não foi a única a opinar sobre o movimento do petista. Anderson Ferreira, que encabeça palanque de Jair Bolsonaro no Estado, cuidou de disparar críticas ao ex-presidente, definindo Lula como um “rato de porão” e fazendo comparativos entre o petista e Bolsonaro, no sentido de reforçar o tom da polarização já instalada. Os movimentos denotam o peso, no Estado, do líder-mor do PT enquanto cabo eleitoral, cuja agenda prossegue, nesta quinta-feira (20), com ato no Teatro do Parque, almoço na casa de Danilo Cabral e ato no Classic Hall, às 17h. A conferir.
Henry à mesa com João
Presidente do MDB-PE, o deputado federal Raul Henry estava presente quando o prefeito do Recife, João Campos, fez o primeiro comício de sua vida, em Caetés, cidade que recebeu, nesta quarta-feira (20), a visita do ex-presidente Lula. Henry e João passaram, depois da morte do ex-governador Eduardo Campos, três semanas rodando pelo interior do Estado. Era 2014 e, enquanto Paulo Câmara circulava com Fernando Bezerra Coelho para um lado, Henry e João faziam um circuito paralelo juntos. Desde então, os dois costumam se reunir para por os assuntos da política em dia. Esta semana, foram à mesa mais uma vez: almoçaram juntos, na última segunda-feira (18), na PCR.
Presente > João Campos, até a noite da terça-feira (19), não participaria das agendas de Lula no interior. Mas mudou os planos originais, nos 45 minutos do 2º tempo, para estar em Garanhuns e em Serra Talhada. Inicialmente, só iria acompanhar a agenda no Recife nesta quinta-feira (21), no Classic Hall, às 17h. Socialistas dizem que gesto visa a mostrar união.
Estreia > Foi a primeira vez do pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, em Serra Talhada. O ex-governador, em seu discurso, alfinetou Bolsonaro: “O Bozo não gosta do povo, gosta do poder, gosta de arma”. E sublinhou os “quase 700 mil mortos pelo negacionismo”, além do “retrocesso educacional”. Chamou Bolsonaro de “fascistóide que colocou o Brasil no mapa da fome”.
Combo > Em seu discurso, Lula admitiu que muitos estranham a junção dele com Alckmin. E recorreu a Paulo Freire. “Fui ler um livro de Paulo Freire. Tem momentos na história em que a gente tem que juntar os divergentes para derrotar os antagônicos”. Lula lembrou que o ex-governador derrotou o PT em quatro eleições.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo