A conquista da Copa do Mundo de 1958 é simbólica para o futebol brasileiro. Além de significar a superação da derrota do time nacional para o Uruguai, em pleno Maracanã, na final de 1950, o campeonato em solo sueco mostrou ao planeta os dribles de Garrincha, a elegância de Pelé e a criatividade do inventor da “folha seca”, Didi. Em 2022, quando a Seleção busca o hexa no Catar, Fernando Rêgo Barros descreve em seu livro 1958: Como ganhamos a Copa da Suécia, a importância de jogadores como Didi, Pelé e Garrincha e revela que a primeira estrela estampada no uniforme Canarinho não foi obra do acaso. Ele conta a história utilizando diversos recursos, de relatos a imagens e fichas de jogos. O lançamento da Cepe Editora acontecerá na próxima terça-feira (06), às 19h, na Livraria Imperatriz do Shopping Difusora.
Nas mais de 200 páginas do livro, Rêgo Barros comprova que a vitória brasileira resultou de um planejamento minucioso, nunca visto no futebol nacional. “Desde a década de 1930, nosso jogador era reconhecido como um dos mais talentosos do mundo. O talento, no entanto, parecia sumir em momentos decisivos”, afirma. Daí, completa, surgiram teorias na tentativa de explicar os motivos dos brasileiros não se darem bem nas competições internacionais. Entre elas, “a de que nossos atletas eram temperamentais, excessivamente emotivos, e, por isso, não suportavam a pressão e a responsabilidade sempre presentes na reta final de uma Copa.”
Junto a isso, o autor cita o pessimismo da população brasileira naquela época. Ressabiado dos tropeços de 1950 e 1954, o torcedor era descrente de que um dia seríamos campeões, o que foi batizado por Nelson Rodrigues, dramaturgo e cronista esportivo, de “complexo de vira-latas”.
O planejamento de 1958 acaba com a concepção de um time em que o técnico centralizava as decisões e institui a ideia de trabalho em grupo, no qual o técnico é uma peça na engrenagem, com chefe de delegação, supervisor, preparador físico, equipe médica, psicólogo e dentista. A estruturação desta base técnica abriu o caminho para as verdadeiras estrelas do futebol, os jogadores. E estes eram de primeira grandeza. Tanto que para Pelé, a equipe de 1958 foi, individualmente, superior a de 1970, quando o Brasil conquistou o tricampeonato, e tida por especialistas do futebol como a melhor seleção de todos os tempos.
Nos estádios, detalha Rêgo Barros, o Brasil deslanchou. Pelé e Garrincha ficaram de fora nos dois primeiros jogos, contra a Áustria e a Inglaterra, sendo escalados no confronto com a União Soviética. O desempenho de ambos assegurou a vaga de titular até a partida de final, em que a Seleção Brasileira venceu a Suécia por 5 a 2. Então com 17 anos, Pelé marcou duas vezes. Antes, havia feito o gol da vitória contra o País de Gales (1×0), nas quartas de final, e três dos cinco gols brasileiros no placar de 5×2 contra a França, na semifinal.
1958: Como ganhamos a Copa da Suécia, ultrapassa as quatro linhas dos campos de futebol. Nos cerca de dois anos de pesquisa, Rêgo Barros bateu à porta dos campeões ainda vivos e entrevistou Zito, Pepe, Dino Sani e Zagallo. Contextualizou o momento histórico, com o Brasil governado por Juscelino Kubitschek e o planeta sob a tensão da Guerra Fria. Foi à procura de imagens da época e garimpou gravações originais da partida Brasil x Suécia. “Assisti a esse jogo mais de 20 vezes”, revela. Mostrou, enfim, o clima de festa que tomou conta dos brasileiros após a conquista, incluindo a recepção animada dos recifenses à Seleção, quando do retorno da Europa.
Serviço:
Lançamento do livro 1958: Como ganhamos a Copa da Suécia Quando: 06 de dezembro de 2022, terça-feira
Hora: 19h
Onde: Livraria Imperatriz do Shopping Difusora
Entrada franca
Preço do livro: R$ 75,00 (impresso) e R$ 30,00 (e-book)
Fonte: Prefeitura de Caruaru