Maior vencedor da história da Fórmula 1, com sete títulos (ao lado de Michael Schumacher), Lewis Hamilton contou, em entrevista a um podcast, episódios de racismo que ele enfrentou durante sua infância. Em um dos mais marcantes, bananas foram jogadas nele enquanto ele era xingado, o que fez ele definir boa parte do tempo em que esteve na escola como “traumatizante”.
O heptacampeão mundial de Fórmula 1, que cresceu em uma cidade perto de Londres, detalhou o abuso racial no podcast On Purpose, publicado na segunda-feira (23). O piloto de 38 anos, que está se preparando para sua 17ª temporada na F1, afirmou que, para ele, “a escola foi a parte mais traumatizante e difícil da vida”.
— Eu já sofria bullying aos seis anos de idade. Naquela escola em particular, eu era uma das três crianças negras, e apenas crianças maiores, mais fortes e valentonas me atacavam a maior parte do tempo. E os golpes constantes, as coisas que são jogadas em você, como bananas, ou pessoas que usariam a palavra com “N” tão tranquilas. Pessoas te chamando de mestiço, e sem saber onde você se encaixa. Isso para mim foi difícil — detalha o atleta.
O piloto britânico revelou sentir que o “sistema” estava contra ele, acrescentando que suprimiu “muitas coisas” ao longo da vida adulta.
— Na minha escola [secundária], havia seis ou sete crianças negras entre 1.200, e três de nós éramos colocados fora da sala o tempo todo. Eu não achava que poderia ir para casa e dizer aos meus pais que essas crianças continuaram me chamando com palavrões, ou que fui intimidado ou espancado na escola hoje — disse ele, complementando. — Eu não queria que meu pai pensasse que eu não era forte.
Hamilton continua sendo o único piloto negro da F1. Ele criou o projeto Mission 44, que visa melhorar a vida de pessoas de grupos subrepresentados, e a Ignite, uma empresa conjunta com sua equipe Mercedes para melhorar a diversidade no automobilismo.
O piloto britânico, que terminou em sexto na classificação de 2022, está entrando no último ano de seu contrato com a Mercedes, mas espera-se que ele assine um novo contrato em breve. Sobre a vida após a F1, Hamilton acrescentou no podcast, gravado em novembro, que ia ser “muito, muito difícil quando parar de correr”.
— Eu faço isso há 30 anos. Quando você parar, o que vai acontecer para combinar com isso? Nada se compara a estar em um autódromo, estar em uma corrida, estar no auge do esporte e estar na frente do grid ou passar por aquela emoção que sinto com isso. Quando eu parar, haverá um grande buraco, então estou tentando me concentrar e encontrar coisas que possam substituir isso e ser igualmente gratificantes — concluiu.
Hamilton revelará seu novo Mercedes no lançamento da equipe em Silverstone, em 15 de fevereiro, antes da primeira corrida da nova temporada, no Bahrein, em 5 de março.
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Fonte: Folha PE