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“Juntar os antagônicos” pautou discursos diante do racha na militância do PT

Não foi só a plateia que, em coro, lembrou o nome da pré-candidata ao Governo do Estado, Marília Arraes, nesta quinta-feira (21), no Classic Hall em ato da Frente Popular com ex-presidente Lula. O presidente do PT-PE, Doriel Barros, em ato falho, acabou dando eco aos gritos da militância no microfone. Em sua fala, ele, ao fazer uma convocação, terminou citando a deputada federal do Solidariedade como se ela concorresse ao Senado pela chapa encabeçada por Danilo Cabral, pré-candidato ao Palácio das Princesas apoiado por Lula.

“Estamos reunidos em torno de fazer a luta do povo, a luta do campo, a luta da cidade para que a gente possa dar uma grande vitória a Lula, a Danilo e a Marília”, conclamou Doriel.

Nas coxias, assessores estranharam e petistas e socialistas ficaram sem entender. A pré-candidata do PT ao Senado é Teresa Leitão. No dia anterior, a própria Teresa quase falou o nome de Marília Arraes,em Garanhuns, corrigindo, na sequência, por Marília Ferro, covereadora daquela cidade, nome que bradou repetidas vezes em sinal da correção.

No Agreste, a militância também gritava nome de Marília. Nesta quinta, as lideranças da Frente Popular, diante da situação dividida na militância petista mais uma vez, passaram a reforçar, nos discursos, a  necessidade de “unir os divergentes”. O senador Humberto Costa e o prefeito João Campos adotaram linha bem similar nesse sentido.

“Eu poderia ter mantido meu projeto (de concorrer a governador), mas, minha gente, estamos vivendo desafio de derrotar o fascismo, não podemos permitir que projeto individual seja maior do que projeto político e isso é o que faz nossa unidade”, ponderou Humberto, que alvo de vaias, devolveu, mirando Bolsonaro:

“Eu não tenho medo de vaia. Quem tiver que vaiar, vá vaiar Bolsonaro”.

João Campos cuidou de saudar, logo no abre de seu discurso, “quem tem divergência da nossa caminhada e do nosso projeto”. E emendou: “Porque estamos numa democracia. Agora, é hora de juntar os divergentes para combater os antagônicos”. A expressão é de Paulo Freire e foi usada por Lula, em Serra Talhada, no dia anterior. João emendou citando o abandono da Educação e o desmanche da Cultura, entre outros, como resultados da gestão Bolsonaro e argumentou que é desse conjunto que “somos adversários”. “Vamos enfrentar, queiram ou não queiram os juízes, vamos enfrentar o bolsonarismo juntos”. 

À mesa com Lula


Foi na casa de Danilo Cabral que Lula almoçou, nesta quinta (21), no Recife. Além dele, de Luciana Santos e Teresa Leitão, foram à mesa: o pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, Lu Alckmin, Janja, o governador Paulo Câmara e a primeira dama, Ana Luiza Câmara, Renata Campos, Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, João Campos, prefeito do Recife, Pedro Campos, o senador Humberto Costa, o deputado Waldemar Borges e o vice-presidente nacional do PT, Marcio Macedo.

Intersecção 1 > A presença de parlamentares nos atos de Lula em Pernambuco foi pautada pela intersecção da aliança local com a chapa nacional. Nomes como Raul Henry, que vota em Simone Tebet,  Wolney Queiroz, que tem Ciro Gomes no páreo da corrida pelo Planalto, não participaram das atividades.

Intersecção 2 > Presidente do PP no Estado, Eduardo da Fonte, a despeito da relação próxima com o ex-presidente Lula, não compareceu. No PP-PE, hoje, há uma ala bolsonarista. Nacionalmente, o PP vai oficializar, em convenção nacional, coligação com o PL, do presidente Jair Boslonaro.

Coxias > Na Frente Popular, o movimento pró-Marília foi lido como “orquestrado”. Na coxias, integrantes da aliança observavam que o grupo “não esperou nem Lula falar” e saiu do Classic Hall.

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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo

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