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Julgamento de jogadores de rúgbi pela morte de jovem na Argentina chega a um veredito nesta segunda

Oito jogadores de um clube de rúgbi da Argentina podem ser condenados à prisão perpétua pela morte brutal de um jovem há três anos, em uma boate na Argentina, crime que chocou o país e desperta comoção nacional diante do anúncio do veredito.

O julgamento, que chega a uma decisão nesta segunda-feira (6), vai determinar a pena de Máximo Thomsen, Ciro Pertossi, Matías Benicelli, Blas Cinalli, Lucas Pertossi, Luciano Pertossi, Enzo Comelli e Ayrton Viollaz, acusados do “crime de homicídio duplamente qualificado por traição e concurso premeditado” contra Fernando Báez Sosa, de 18 anos.

Os réus podem ser condenados à prisão perpétua, pena máxima prevista na legislação argentina.

Os fatos ocorreram há três anos, em Villa Gessel (370 quilômetros ao sul de Buenos Aires), cidade da costa atlântica argentina muito procurada pelos jovens. Naquela noite, os jogadores foram expulsos de uma boate onde a briga com Báez Sosa havia começado.

Na rua, os réus isolaram o jovem e o agrediram com socos e chutes, um espancamento que o levou à morte por múltiplas lesões.

– “Vontade de matar” –


No julgamento que acontece em Dolores (220 quilômetros ao sul de Buenos Aires), a promotoria pediu prisão perpétua para os oito acusados, evocando a “vontade de matar” de “todos”, com uma “coordenação sincronizada” que impediu que terceiros ajudassem Báez Sosa.

O advogado da família do jovem, Fernando Burlando, também reforçou o pedido da pena máxima.

Já a defesa dos jogadores sustentou que a premeditação nunca foi provada e solicitou que as acusações fossem reconsideradas como morte em luta sem intenção de matar, o que implicaria uma pena máxima de seis anos de prisão, ou na sua ausência, de homicídio simples (25 anos).

O advogado dos réus, Hugo Tomei, disse que nunca será possível saber quem matou o jovem.

Nos depoimentos, os acusados, por vezes aos prantos, deram declarações como “peço perdão”, “peço desculpas”, “não houve intenção de matar”, “não houve um plano (de assassinar)” e “estou arrependido”.

Os oito jogadores de rúgbi, todos da pequena cidade de Zárate, perto de Buenos Aires, estão em prisão preventiva desde 2020.

Báez Sosa era filho de uma cuidadora de idosos e de um pedreiro, ambos imigrantes paraguaios. Havia começado a carreira de advogado, depois de se formar em uma faculdade paroquial católica e fazer trabalhos de caridade.

O crime gerou uma onda de protestos e apoio à família da vítima, com intensos debates sobre o consumo de álcool por jovens, a construção da masculinidade, a xenofobia e o racismo na Argentina.

No país, o rúgbi é amador e, historicamente, são os setores de classe média e alta que praticam esse esporte, ou assistem aos jogos.

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Fonte: Folha PE

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