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João Arnaldo recorda 2020 e cita razões para não ter repetido apoio este ano

Candidato a governador de Pernambuco pelo PSOL, João Arnaldo foi, em 2020, candidato a vice de Marília Arraes na corrida pela Prefeitura do Recife. Hoje, assegura que não se arrepende daquela composição, que ela foi fundamental para que ele estivesse hoje encabeçando uma chapa na corrida pelo Palácio das Princesas. Mas, sobre este ano, aponta que “faltou coerência política” na construção encabeçada por Marília. Foi a isso que ele atribuiu o fato de ter, agora, optado pela candidatura própria no lugar de apoiar a parlamentar.

“Tenho muito orgulho daquela eleição. O que a gente vai perguntar, no futuro, é se a deputada se arrependeu de ter se afastado do projeto”, alfinetou João Arnaldo durante sabatina na Rádio Folha 96,7 FM nesta quarta-feira (31). João Arnaldo faz referência à aliança feita por Marília com os outros integrantes da chapa, como André de Paula, do PSD, candidato ao Senado, e Sebastião Oliveira, candidato a vice, do Avante.

“Nossa banda do PSOL denunciou o golpe contra Dilma, perseguição política, lutou bravamente contra retrocessos de direitos. Dentro desse conjunto de retrocessos, o PSOL compôs com o PT”, registra João Arnaldo sobre o cenário de dois anos atrás. Ele detalha ainda sua percepção do processo atual: “Marília, num cenário de construção de uma candidatura majoritária em Pernambuco, vai para o Solidariedade, depois se alia com o PSD, de André de Paula, que a gente sabe que era braço direito de Marco Maciel, ex-secretário de Paulo Câmara”. Ele segue citando Sebastião Oliveira e Eduardo da Fonte, cujo PP chegou a ensaiar declarar apoio a Marília.

“Os três foram grande aliados de Bolsonaro. Queremos um projeto que quebre esse ciclo de vícios”, enfatiza. O candidato do PSOL sublinha que o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, atuou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele destaca que “foi o PSOL, com bancada de quatro deputados, que foi gigante no Congresso para o combate e na denúncia do golpe, que tirou a primeira presidente eleita sem nenhum motivo criminal”. Sem citar nomes, João Arnaldo criticou ainda candidatos que “estão fazendo o L hoje”, mas eram contra Lula. Faz referência a André de Paula.

Ainda indagado sobre 2020, quando Marília liderou até os 45 minutos do segundo tempo, mas acabou derrotada por João Campos, João Arnaldo, questionado, admite que teve, ali, divergência de leitura sobre a postura de Marília em relação aos ataques sofridos. “Parecia que estava tudo bem, que bastava tocar com leveza o debate que ia dar tudo certo. A gente achava que não era isso. Infelizmente, a história mostrou que a gente tinha razão”.



“A gente foi muito passivo”


João Arnaldo aponta “maldade da campanha de João Campos” em 2020, “porque ele utilizou dentro de um contexto de um movimento conservador, fundamentalista, utilizou de mentira, violência e política misógena de desconstrução de Marília”. “Mas eu entendo que nossa campanha deveria ter sido mais dura para denunciar essa violência com que nossa campanha foi tratada pela campanha de João Campos. Acho que a gente foi muito passivo, faltou uma reação mais dura para o grau de mentiras e violência”.

Divergência > O candidato do PSOL ao Governo de Pernambuco não descarta que tenha havido uma “divergência de leitura interna” no QG da campanha de Marília Arraes em 2020. Indagado se foi uma decisão do marketing, devolve: “Acredito que sim porque propusemos outra coisa. Se a campanha adotou aquilo, foi dentro de divergência de leitura do que entendíamos”. 

Paisagem > “Em algumas reuniões, defendíamos que a linha política tinha que ser no sentido de denunciar a  violência e as mentiras e meio que a campanha parecia que não tava acontecendo nada, que tava tudo bem”, relata João Arnaldo sobre 2020.

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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo

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