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Jardim Botânico do Recife faz experimentos para enriquecer e recuperar a biodiversidade

Em meio aos debates sobre a Década da Restauração dos Ecossistemas da ONU, Jardim Botânico do Recife serve de laboratório vivo para recuperar a biodiversidade da Floresta Atlântica. (Foto: Divulgação/SMAS)

Em 2021 a ONU lançou a Década da Restauração dos Ecossistemas 2021-2030 – uma convocação para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza – e iniciou o debate sobre a necessidade de recuperar e enriquecer territórios impactados pelas ações humanas. Conectado com essa temática, o Jardim Botânico do Recife (JBR), equipamento ambiental ligado à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, tomou a iniciativa de lançar uma série de projetos que servem de base para contribuir com a recuperação da biodiversidade dos ecossistemas da Floresta Atlântica originária de Pernambuco.

Uma dessas iniciativas está dentro do projeto intitulado “Pesquisa, Tecnologia e Inovação no Jardim Botânico do Recife”, que tem como objetivo entender a capacidade de sobrevivência de algumas espécies para que elas sejam usadas em ações de reflorestamento e enriquecimento de áreas reflorestadas. Esse trabalho é desenvolvido pela estudante Dannubia Lopes da Silva, sob a orientação da Engenheira Florestal e analista do JBR, Ana Patrícia Rocha, em parceria com a Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). O projeto começou em agosto de 2021. Desde então a equipe do Jardim Botânico tem acompanhado o desenvolvimento de mudas nativas da Mata Atlântica das espécies  jenipapinho (Tocoyena brasiliensis), cangoba (Eugenia bimarginata) e ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus) que foram transplantadas para enriquecer a mata do equipamento ambiental. O monitoramento dessas espécies é feito a cada três meses, quando são avaliados seu crescimento (altura, diâmetro, número de folhas), estado fitossanitário e sobrevivência. A iniciativa dá ênfase às espécies ameaçadas e em risco de extinção do bioma.

“Esse trabalho é de suma importância uma vez que essas espécies no meio científico ainda são pouco estudadas. Todo o conteúdo que geramos em relação à sua produção, armazenamento e beneficiamento de suas sementes, os tratos culturais de suas mudas, até a sobrevivência em campo, tudo isso vai gerar informações valiosas tanto para quem visa produzir essas mudas em escala comercial, tanto para quem precisa preservar o meio ambiente, fazer compensações ambientais e regeneração de áreas degradadas. As pessoas que trabalham nessa área sentem bastante dificuldade, então é muito gratificante a gente estar gerando esse tipo de informação. E essas informações são divulgadas e publicadas em Congressos Nacionais, Regionais, e em revistas de grande peso no meio acadêmico e científico.” afirma Ana Patricia.  

Esta ação é mais uma das iniciativas que comprovam a preocupação do Jardim Botânico do Recife com a pesquisa científica e a conservação ambiental. O espaço fica aberto das terças aos domingos, das 9h às 15h, com entrada gratuita, mas com uso de máscara e cartão vacinal atualizado obrigatórios.

A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década das Nações Unidas, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais.

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