A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, no final da tarde da última quarta-feira (4), o homem suspeito de ter esquartejado e matado a idosa Josenilda Lins Ezequiel da Silva, 64 anos, no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, no bairro de Jardim Paulista, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
O rapaz de 18 anos confessou o crime e detalhou para a polícia, com naturalidade, como o homicídio foi cometido.
O corpo de Josenilda foi encontrado em um terreno baldio na manhã do sábado (24), por moradores da região que acionaram a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). A vítima estava sem as mãos e a cabeça, além de uma perfuração profunda no abdômen e mutilações nas partes íntimas. O crime foi cometido com uma faca.
De acordo com o delegado Diego Jardim, da 7ª Delegacia de Polícia de Homicídios de Paulista, o acusado alegou que encontrou com Josenilda na madrugada do dia 24. A mulher pediu ajuda para ele porque a rua estava cheia de buracos.
“Quando ele foi ajudar, colocou o braço dela embaixo do dele e, naquele momento, ele viu a mão de uma mulher que tinha abusado sexualmente dele na infância, e ele decidiu levar ela para o terreno e cometeu todas essas atrocidades”, afirmou Diego.
Porém, a polícia descarta a motivação descrita pelo acusado. Segundo o delegado, o encontro foi completamente aleatório e os dois não tinham qualquer relação.
A idosa, que tinha transtornos psicológicos, saiu de casa às 20h do dia 23, no bairro de Maranguape II, também em Paulista. Ela foi em direção à parada de ônibus e por um acaso parou no bairro de Jardim Paulista.
Habitualmente, Josenilda não saia de casa sem algum familiar, mas conseguiu abrir a porta da residência enquanto o marido dormia. Durante todo o dia 23, ela queria pegar uma bolsa que tinha esquecido na casa da irmã.
“Ela, durante todo o dia, estava tentando ir para a casa da irmã para pegar uma bolsa que ela esqueceu, o marido relata isso, a gente conseguiu confirmar nas investigações. Ela sai à tarde, às 15h, mas ela sofre uma queda no caminho e os vizinhos trazem ela de volta e o marido diz ‘amanhã a gente pega essa bolsa, fica tranquila’, mas ela queria ir e ele não quis. Ele foi dormir, mas ela não tirou aquilo da cabeça, ele trancou tudo, mas ela conseguiu sair e eventualmente pegou qualquer ônibus que foi parar no local”, destacou.
Durante toda a madrugada, o suspeito portava uma faca e fazia o uso de entorpecentes.
“A gente conseguiu comprovar que ele estava com a faca, fazendo uso de cola, entorpecentes, e perseguindo algumas pessoas, você via realmente que ele estava com um olhar desnorteado e todas as pessoas que passavam, principalmente mulheres, ele perseguia um pouco e quando a mulher se afastava, ele retornava e ficava nas redondezas ali”, pontuou Diego.
A Polícia Civil disponibilizou dois vídeos de câmeras de segurança do momento em que Josenilda sai de casa em Maranguape II e com o executor já em Jardim Paulista.
“A primeira imagem é a idosa próximo à sua residência, saindo sozinha, indo em direção a parada de ônibus. A segunda imagem, já às 6h do dia 24, é ela se encontrando com ele em Jardim Paulista. Eles estão descendo em direção ao terreno onde ela foi morta”, disse.
Na confissão, o acusado narrou toda a execução que coincide com os laudos periciais da investigação.
“Ele disse que a mulher pediu ajuda, e, quando levou ela para o terreno, deu uma rasteira nela, e um golpe no seu rosto, em seguida já deu uma facada no pescoço. Ela ficou sem entender, perguntando o motivo daquilo, aí ele falou ‘você não lembra de mim não?’, e aí começa a decapitar a vítima e, em seguida, comete todas as outras atrocidades de arrancar a mão, de abrir a barriga, vicerar. Ele contou o que fez e não demonstrou arrependimento”, destacou Diego.
O homem, preso na quarta, foi encontrado próximo de sua residência, no mesmo bairro em que ele cometeu o crime. A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do acusado. Ele entregou a faca e as roupas que estava vestindo no dia.
“Ele foi com a gente lá no local do homicídio para apontar onde teria jogado as mãos da vítima. Foi encontrada uma das mãos, realmente só estavam os ossos, e a outra mão não foi achada, porque o terreno já estava muito mexido, já tínhamos ido várias vezes lá. Cães farejadores dos Bombeiros também procuraram e essa outra mão ainda não foi achada”, explicou o delegado.
Na adolescência, o rapaz já havia cometido outros crimes. “A 7ª Delegacia já conhecia ele porque tinha investigado um homicídio praticado com uma pedra e ele foi internado por conta desse crime. O homem também possui histórico na adolescência por roubo”, pontuou.
Segundo o delegado, foi cumprido um mandado de prisão por homicídio qualificado, mas o homem ainda pode responder por vilipêndio e ocultação de cadáver, entre outras acusações.
O corpo da vítima segue no Instituto de Medicina Legal de Pernambuco (IML-PE) para exames periciais de DNA, vestígios sexológicos, entre outros. A família permanece no aguardo da liberação do corpo.
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