Um conjunto de técnicas compensatórias e obras estruturadoras foram apresentadas pela Prefeitura para os especialistas holandeses e brasileiros durante a maratona de estudos sobre a bacia do rio Tejipió (Foto: Rodolfo Loepert)
Ao final do Hackathon Recife, promovido pela Prefeitura da cidade, os especialistas holandeses e brasileiros se debruçaram sobre os problemas da macrodrenagem durante os últimos quatro dias e apontaram soluções estruturadoras para a cidade. Um recorte especial foi feito para a Avenida Recife, que historicamente sofre em consequência do transbordamento da bacia do rio Tejipió. No debate, a Prefeitura apresentou os estudos previamente realizados com propostas de soluções para mitigar inundações na cidade. Nesta sexta-feira (17), o prefeito do Recife, João Campos, avaliou como positivos os debates e soluções propostas no evento.
“O que a gente experimenta aqui é o que deveria ser feito em quase tudo da cidade. Ter a capacidade de co-construção, de diálogo, de escuta, alta capacidade técnica para resolver problemas históricos. Então, eu fiz questão de vir aqui, acompanhar essa reta final, e tenho certeza que vou ter a maior alegria do mundo em executar essas soluções. O capital público tem que ser utilizado para fazer a melhor solução técnica e social para o Recife. Estou ansioso para começar a fazer logo essa obra. Neste ano, vamos bater o recorde de investimentos, chegando a R$ 750 milhões”, disse o gestor.
Os alagamentos da Avenida Recife foram analisados e tratados como um “case” entre os participantes. Imagens de um mapa com manchas de inundação durante o evento de maio de 2022 mostraram as águas do Tejipió e Moxotó invadindo uma grande área naquela região da cidade. Intervenções como a implantação de diques, com o fechamento de conexões entre os rios e a área da avenida foi apontada como iniciativa importante para a redução dos alagamentos.
Nessa região, a Prefeitura deverá executar uma grande obra para reduzir os alagamentos no cruzamento das avenidas Recife e Dom Hélder Câmara, local visitado pelos especialistas durante o Hackathon. O projeto prevê a elevação do nível da Dom Hélder, com implantação de reservatórios para captação das águas pluviais sob a via, assim como a construção de diques. Além disso, será feita a requalificação urbana das Avenidas Dom Hélder Câmara e Dois Rios, incluindo o Pontilhão do SESI.
A aplicação de técnicas compensatórias na região também foi apontada como solução, com a construção de reservatórios sob pavimentos. Um estudo feito pelo ProMorar e EMLURB deverá apontar pontos estratégicos da cidade para implementar essa técnica. Com esses reservatórios, a ideia é reter parte da água para que não acumule no pavimento e não atinja os imóveis.
Os diques e os reservatórios estão entre as técnicas que podem ajudar a conter o volume do rio e permitir o escoamento das águas, reduzindo a frequência das inundações e, consequentemente, os prejuízos da população. Futuramente, intervenções de requalificação do eixo principal do rio, alargamento, parques lineares, comportas e outros sistemas de controle da vazão do rio serão discutidas com a sociedade civil e organizadas e implementadas pela Prefeitura do Recife.
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