Um ataque matou ao menos 50 pessoas que estavam em uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, na região de Donetsk (leste da Ucrânia) nesta sexta (8/4). Cerca de 300 ficaram feridos.
O prefeito da cidade, Oleksander Honcharenko, disse à BBC que o disparo ocorreu às 10h30 da manhã e havia cerca de 4.000 pessoas na estação, à espera do primeiro trem.
Segundo Honcharenko, não havia alvos militares ucranianos nas proximidades.
Pavlo Kyrylenko, governador do oblast (região) de Donetsk, afirmou que 38 pessoas morreram no local. No total, 98 foram levados para hospitais – 16 eram crianças, e havia 46 mulheres e 36 homens.
Nos últimos dias, muitos ucranianos estão deixando o leste do país por conta do reposicionamento de tropas russas em direção a essa área.
Um vídeo mostra carros danificados e objetos pessoais abandonados depois do ataque. A lateral de um dos mísseis tinha escrito a expressão “pelas crianças” em russo.
A BBC esteve no local e conversou com uma mulher que afirmou ter testemunhado a tragédia. Ela contou que havia “pessoas gritando e chorando” e que viu uma mulher perdendo muito sangue.
Rússia nega responsabilidade
O governo russo negou responsabilidade pelo ataque. Disse que os fragmentos encontrados foram de um projétil chamado Tochka-U, “usado somente por forças armadas ucranianas”, e que hoje tem na artilharia o míssil Iskander-M, considerado mais moderno.
Mas o governador de Donetsk acusou a Rússia de utilizar o Tochka-U para detonar bombas de fragmentação.
Manisha Ganguly, jornalista investigativa que trabalha para o serviço mundial da BBC, disse que há evidências de que forças russas usaram o Tochka-U, classificado como arma de pouca precisão, em um ataque a um hospital na região de Donetsk no dia 24 de fevereiro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contestou a negativa russa e declarou que “esse é um mal que não tem limites”.
O presidente americano, Joe Biden, classificou o ataque como uma “atrocidade horrível” e acusou a Rússia de procurar atingir civis em fuga.
A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, afirmou que estava chocada com o incidente e ressaltou que “colocar civis como alvo é um crime de guerra”.
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