A Finlândia começou a construir um muro de 200 km de extensão em um trecho de sua fronteira com a Rússia.
O objetivo é aumentar a segurança na região e impedir a entrada em massa de imigrantes russos, segundo autoridades finlandesas.
A Finlândia divide com a Rússia a maior fronteira de toda a União Europeia – no total, são 1.340 km. Atualmente, a fronteira é delimitada em grande parte por cercas de madeira destinadas a impedir a passagem de gado.
No entanto, dado o aumento do número de russos entrando na Finlândia para escapar do recrutamento militar (pelo qual seriam forçados a lutar na guerra na Ucrânia), a Finlândia decidiu construir uma barreira.
A Guarda da Fronteira da Finlândia explicou à BBC News que o muro, erguido na zona mais densa e arborizada da fronteira será de metal e terá três metros de altura, com arame farpado no topo.
Nos setores considerados mais delicados, também serão instaladas câmeras de visão noturna, fontes de luz e alto-falantes.
O trabalho de construção começou na terça-feira (28/2) perto de Imatra, uma cidade de 26 mil habitantes no sudeste do país.
Ali, a mata começou a ser derrubada para construir uma estrada e instalar a barreira de metal, informou a Guarda Fronteiriça em comunicado. Este projeto-piloto de 3 km está previsto para terminar em junho.
Nesta seção, as autoridades farão um experimento para avaliar se a cerca resiste às geadas do inverno, ao peso da neve ou ao fluxo de pessoas que podem vir do leste, informou o The Odessa Journal.
A construção de outros 70 km (também no sudeste) ocorrerá entre 2023 e 2025.
O custo total dos 200 km de muro é estimado em US$ 400 milhões (cerca de R$ 2 bilhões).
Mudanças
Embora a fronteira entre a Rússia e a Finlândia tenha “funcionado bem” no passado, o brigadeiro-general finlandês, Jari Tolppanen, disse à agência de notícias AFP que a guerra na Ucrânia mudou “fundamentalmente” a situação de segurança da região.
A Finlândia aprovou novas emendas à sua Lei de Guarda de Fronteira em julho de 2022 para permitir a construção de barreiras mais fortes.
Em setembro daquele mesmo ano, muitos russos começaram a chegar ao país depois que o presidente do país, Vladimir Putin, ordenou a mobilização de reservistas para lutar na Ucrânia.
Estônia, Letônia e Polônia, que também fazem fronteira com a Rússia, também aumentaram a segurança em suas fronteiras ou estão considerando fazê-lo.
Ingresso na Otan
Após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, tanto a Finlândia quanto a Suécia decidiram ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) o mais rápido possível, depois de permanecerem neutros por anos.
Na quarta-feira (1/3), o Congresso finlandês aprovou por larga maioria a sua entrada na Otan, por 184 votos a favor a 7 contra.
O país enfrenta menos dificuldades diplomáticas do que a Suécia, e o governo quer continuar avançando mesmo antes das eleições gerais, em abril.
Enquanto isso, Finlândia e Suécia já contam com o apoio de quase todos os países membros da Otan, exceto dois.
Turquia e Hungria ainda não aprovaram sua entrada na aliança militar.
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