Kevin De Bruyne, Courtois, Lukaku e Eden Hazard. A ‘Geração Belga’ que encanta a nível de clubes a muito tempo e faz com que o país chegue sempre com muitas expectativas para as Copas, não consegue o mesmo efeito na seleção e deixa um gostinho de que poderia ter feito mais.
É bem verdade que os ‘Red Devils’ (Diabos Vermelhos, em inglês), até fevereiro deste ano, eram a melhor seleção no ranking da FIFA (hoje estão na segunda posição) e que em 2018, na Rússia, perderam apenas para a França na semifinal e conquistaram o terceiro lugar em cima da Inglaterra. Mas o resultado, melhor do país em Copas, foi mais uma consolação do que um feito.
Quatro anos depois, a seleção está mais velha. Já perdeu jogadores como seu capitão Kompany e vê a queda de rendimento em Eden Hazard (31 anos) e Lukaku (29), que sofreu uma lesão na coxa esquerda e será reavaliado. Em contraponto, De Bruyne (31) e Courtois (30) chegam em suas melhores fases das carreiras e novos nomes, como De Ketelaere (21), ajudam a levar a Bélgica mais uma vez ao patamar das favoritas à Copa. Mas a idade dos veteranos e a falta de grandes jovens estrelas fazem crer que essa possa ser a “última dança” belga.
Despedida dos vices em 2018
Também chegando ao fim de uma geração está a Croácia. Após o feito inédito do vice-campeonato mundial em 2018, os croatas começam a se despedir dos seus principais jogadores.
Modrić (37), que foi eleito melhor do mundo após liderar o país na campanha de 2018, já comentou que essa é sua última competição com a seleção. Vida, Lovren e Perišić – todos com 33 anos – também já se aproximam da despedida. Após garantir a vaga na fase final da Nations League em um grupo com França e Dinamarca, o ‘Kockasti’ (O Time Xadrex, em croata) vem para a Copa para fechar com chave de ouro um geração que já ficou marcada na história.
Canadá de volta
Indo na contramão das duas favoritas do grupo está o Canadá. Liderados pelos jovens Alphonso Davies e Jonathan David, ambos de 22 anos, os canadenses voltam a Copa do Mundo depois de 36 anos. A última e única vez que disputaram o mundial foi no México em 1986. Na ocasião, foram eliminados na fase de grupos com três derrotas e sem nenhum gol marcado.
A longa ausência nas Copas ocorreu em um período em que o futebol se desenvolvia no Canadá. Um desses pilares de desenvolvimento é o capitão Atiba Hutchinson (39), uma das principais peças do meio campo. O jogador que mais vestiu a camisa dos ‘Canucks’, com 97 aparições, corre o risco de ficar fora da Copa devido a um edema no osso. A seleção vai esperar até o último momento para saber se o volante estará saudável e dar a ele a chance de finalmente jogar uma Copa.
Os canadenses, considerados a segunda melhor equipe da CONCACAF, já estão garantidos na Copa de 2026, onde será um dos países-sede junto com Estados Unidos e México, e querem fazer bonito já no Catar. Os novatos chegam com gás para fazer seus primeiros gols em Copas e ganhar uma partida.
Invicto e empolgado
Fechando o grupo está a seleção do Marrocos. Os marroquinos se classificaram para a Copa como o único invicto das eliminatórias africanas (sete vitórias e um empate) e chegam no Catar com esperanças de avançar de fase apenas pela segunda vez na história.
Para isso, contam com os jovens laterais Hakimi (23) e Mazraoui (24), o retorno do meia Ziyech (29) e os experientes Belhanda e Saiss, ambos com 32 anos. Com uma das melhores gerações que o país já teve e em boa fase, os ‘Leões do Atlas’ acreditam que podem fazer bonito no Catar.
Em um grupo onde as gerações de jogadores, jovens e antigos, chamam a atenção, assim como o bom futebol jogado pelas seleções, não há dúvidas que, mesmo com favoritos no papel, este é um dos grupos mais equilibrados da Copa.
Veja as informações das seleções do Grupo E:
Bélgica
Seleção da Bélgica. Foto: Stuart Franklin / POOL / AFP
Time-base: Courtois, Debast, Alderweireld e Vertonghen; Castagne, Witsel, Tielemans e Meunier; Eden Hazard, Lukaku (Batshuayi) e De Bruyne (3-4-3
Destaque: Kevin De Bruyne
Técnico: Roberto Martínez/ESP
Participações em Copas: 14
Melhor resultado: Terceiro lugar (2018)
Cotação ao título: Favorita
Canadá
Seleção do Canadá. Foto: Ezequiel Becerra / AFP
Time-base: Borjan; Laryea, Henry, Kennedy e Adekugbe; Eustáquio, Hutchinson (Osorio), Davies, Hoillet e Larin; David (4-2-3-1)
Destaque: Alphonso Davies
Técnico: John Herdman/ING
Participações em Copas: 2
Melhor resultado: Fase de grupos (1986)
Cotação ao título: Zebra
Marrocos
Seleção do Marrocos. Foto: Fadel Senna / AFP
Time-base: Bounou; Hakimi, Saiss, Dari e Mazraoui; Amrabat, Taarabt, Harit, Boufal e Ziyech; En-Nesyri (4-1-4-1)
Destaque: Achraf Hakimi
Técnico: Walid Regragui
Participações em Copas: 6
Melhor resultado: Oitavas (1986)
Cotação ao título: Zebra
Croácia
Seleção da Croácia. Foto: Joe Klamar / AFP
Time-base: Livaković; Stanisić, Gvardiol, Lovren e Juranović; Brozović, Kovačić e Modrić; Perišić, Brekalo e Kramarić (4-3-3)
Destaque: Modrić
Técnico: Zlatko Dalić
Participações em Copas: 6 (até 1990 fazia parte da Iugoslávia)
Melhor resultado: Vice-campeã (2018)
Cotação ao título: Corre por fora
Jogos do Grupo F:
1ª Rodada – 23/11
07h – Marrocos x Croácia | Al Bayt Stadium
16h – Bélgica x Canadá | Ahmad Bin Ali Stadium
2ª Rodada – 27/11
10h – Bélgica x Marrocos | Al Thumama Stadium
13h – Croácia x Canadá | Khalifa Internatinal Stadium
3ª Rodada – 1/12
12h – Croácia x Bélgica | Ahmad Bin Ali Stadium
12h – Canadá x Marrocos | Al Thumama Stadium
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Fonte: Folha PE