O presidente peruano, Pedro Castillo, anunciou no Congresso o fim do estado de emergência que havia decretado na noite da segunda-feira (5/4) para lidar com uma onda de protestos e tumultos que se espalharam por todo o país.
“Devo informar que a partir de agora vamos anular o toque de recolher, cabe ao povo peruano se acalmar”, disse Castillo em uma reunião com membros de seu governo e parlamentares na sede do Poder Legislativo em Lima.
O presidente saiu então do palácio legislativo, segundo ele, para assinar o decreto que anula o anterior.
A essa altura, confrontos ocorriam no centro de Lima entre policiais e manifestantes que tentavam avançar em direção ao Congresso para mostrar sua rejeição a Castillo e ao estado de emergência.
As imagens na televisão local mostraram policiais feridos e sob uma chuva de objetos lançados pelos manifestantes, além do gás lançado pela polícia contra os participantes do protesto.
Os jornais locais falam em dezenas de feridos entre os manifestantes.
Decreto polêmico
O governo peruano decretou toque de recolher nesta terça-feira (5/4), na província de Lima e sua vizinha Callao, em resposta à greve dos caminhoneiros que já dura uma semana. Em meio à paralisação, quatro pessoas morreram e outras 20 foram detidas.
Os protestos e bloqueios tiveram início em 28 de março, em resposta ao aumento dos preços dos combustíveis. Começaram com os motoristas, mas depois juntaram-se outros sindicatos de trabalhadores.
O decreto que aprovou o estado de emergência suspendeu até à meia-noite de terça-feira “os direitos constitucionais relacionados com a liberdade e segurança pessoal, a inviolabilidade do domicílio e a liberdade de reunião e circulação”.
O defensor público Walter Gutiérrez e o prefeito de Lima, Jorge Muñoz, impetraram habeas corpus por julgarem a medida inconstitucional. O Congresso também pediu a revogação do estado de emergência.
Na semana passada, Castillo sobreviveu à segunda tentativa de impeachment em apenas oito meses de governo. Nesta segunda-feira (4/4), a agência de avaliação de risco Moody’s afirmou ser improvável que ele chegue até o fim do mandato em 2026.
Mesmo após a revogação do estado de emergência, os protestos continuavam nas ruas de Lima, segundo a imprensa local.
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