O candidato derrotado do PL à prefeitura do Recife, Gilson Machado, encontra-se em uma situação complicada dentro do Partido Liberal (PL). Nos bastidores de Brasília, circula a informação de que ele perdeu a confiança de diversas lideranças do partido, incluindo figuras influentes da cúpula nacional, devido a polêmicas que vêm desde as eleições presidenciais de 2022.
A desconfiança em torno de Gilson tem origem nas acusações de má gestão de recursos do fundo eleitoral durante a campanha presidencial de Jair Bolsonaro. Em 2022, a campanha do ex-ministro do Turismo e a de Bolsonaro foram envolvidas em uma investigação sobre a contratação da Unipauta Formulários Ltda, uma empresa pernambucana suspeita de fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Segundo reportagem do jornal O Globo, Gilson Machado contratou os serviços da empresa por R$ 1,7 milhão, o que representou quase 90% do orçamento de sua campanha ao Senado, enquanto Bolsonaro contratou a mesma empresa durante o segundo turno das eleições presidenciais.
A contratação da Unipauta gerou grande repercussão na mídia, sendo alvo de investigações por parte do Ministério Público. Além disso, o empresário relacionado à gráfica, Figueiroa, foi preso por suspeitas ligadas às irregularidades. Na época, a assessoria de Gilson foi procurada para comentar o caso, mas não respondeu aos questionamentos da imprensa, levantando ainda mais dúvidas sobre a transparência de sua campanha.
Além das controvérsias com o uso do fundo eleitoral, as tensões entre Gilson Machado e a direção nacional do PL aumentaram durante a campanha municipal no Recife. Segundo fontes em Brasília, Gilson teria recebido cerca de R$ 6 milhões para sua candidatura, obtendo, contudo, o pior desempenho entre os candidatos do partido nas capitais brasileiras. O ponto de maior atrito foi a falta de repasses aos candidatos a vereador do partido, com exceção de seu próprio filho, que o próprio Gilson fez doações e por sua ligação, fez campanha pessoalmente o que gerou desconforto entre os candidatos da chapa. “ tudo para filho “.
Gilson, por sua vez, acusou Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, de traição, em razão do baixo apoio financeiro que recebeu, mesmo com 6 milhões na conta.
No entanto, fontes ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro confirmaram que o próprio Bolsonaro concordou em limitar os recursos da campanha devido à falta de competitividade do ex-ministro no Recife. Bolsonaro também optou por uma participação mínima na campanha de Gilson, nem em Recife apareceu e restringindo-se a gravar vídeos de apoio, um dos quais chegou a causar constrangimento ao mencionar, de forma cômica, que daria espaço ao filho de Gilson em sua propaganda na cota da diversidade.
Com a confiança abalada e sem o apoio da liderança do PL, o futuro político de Gilson Machado permanece incerto, especialmente em um partido marcado por disputas internas e a busca por maior coerência nas campanhas regionais.
Em tempo – “E se gritar ! Não fica um”, Eu ein!!
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