O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se nesta segunda-feira (25) com os principais atores dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 para um “balanço” sobre os desafios organizacionais, especialmente a segurança após o caos durante a final da Liga dos Campeões.
A dois anos do início do evento, que acontecerá entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024, Macron quer que os Jogos Olímpicos sejam uma prioridade de seu novo mandato.
Enquanto há quem interprete esta reunião como uma tentativa do governo de retomar o controle da organização, outros lamentam, porém, que não seja mais do que um balanço.
Inicialmente, este encontro previa reunir todos os atores envolvidos, mas a lista de ministros e secretários presentes foi reduzida.
Além de Macron, o encontro conta com a presença do presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024 (COJO), Tony Estanguet, e de vários ministros – Bruno Le Maire (Economia), Gérald Darmanin (Interior) e Amélie Oudéa-Castéra (Esportes) -, entre outros atores.
No momento, não há vazamentos sobre quais decisões serão tomadas.
Está prevista outra reunião após o verão boreal (inverno no Brasil) com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e a presidente da região parisiense, Valérie Pécresse, entre outras, segundo o Palácio do Eliseu. Ambas expressaram seu desconforto por não terem sido convidadas para a de hoje.
O objetivo desta reunião de trabalho, como Macron descreveu na quinta-feira, “será que os ministros façam um balanço e, eventualmente, observem as fraquezas”.
“A ideia é ter conhecimento do calendário, das próximas etapas”, completou.
Algumas dessas fraquezas já são bem conhecidas: a tensão orçamentária, devido à inflação gerada pelo conflito na Ucrânia, e o desafio de segurança.
Por coincidência de calendário, esta reunião acontece cinco dias após a publicação pelo jornal satírico “Canard Enchaîné” de um relatório provisório do Tribunal de Contas, ao qual a AFP também teve acesso, dedicado à segurança dos Jogos Olímpicos.
O Tribunal de Contas identifica diferentes motivos de preocupação compartilhados por várias fontes de segurança, que vão da proteção da cerimônia de abertura com sua inédita encenação no rio Sena à falta de previsão de agentes de segurança privada, ou mesmo riscos terroristas e ataques cibernéticos.
Desde os incidentes na final da Liga dos Campeões no Stade de France, em 28 de maio, foram levantadas questões nacionais e internacionais sobre a capacidade da França de proteger um evento dessa magnitude.
A questão do orçamento também deve ser abordada. Um relatório do comitê de auditoria da organização dos Jogos Olímpicos relatou recentemente o risco de inflação.
Um risco “impossível de imaginar alguns meses atrás”, lamentou Estanguet.
Uma fonte familiarizada com o dossiê relatou à AFP as dificuldades em se ajustar aos 4 bilhões de euros (US$ 4,1 bilhões) – ingressos, patrocinadores e contribuições do Comitê Olímpico Internacional (COI) -, um orçamento que tem a garantia do Estado.
O OCOG já está em negociações com o COI para tentar se livrar de algumas obrigações nas especificações que lhe custam caro.
Transporte, emprego gerado pelos Jogos, o legado, ou como animar os franceses com as Olimpíadas são outros assuntos que devem ser abordados durante o encontro.
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Fonte: Folha PE
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