A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) especificou nessa sexta-feira (17) as suas intenções sobre a proibição de “declarações políticas”, especialmente por parte dos pilotos de Fórmula 1, segundo os quais, caso não respeitem a medida, ficarão sujeitos a sanções.
De acordo com uma nota publicada no seu site, a FIA explica que os pilotos poderão “expressar as suas opiniões sobre qualquer questão política, religiosa ou pessoal” no “seu âmbito e fora do âmbito das competições”, como em entrevistas para efeitos da semana da corrida.
Por outro lado, “durante os momentos-chave em todas as competições de automobilismo, como pódios, hinos nacionais e atividades oficiais ‘em campo'”, os pilotos não poderão expressar suas opiniões, disse um porta-voz da FIA, a não ser “excepcionalmente e caso a caso”.
Os pilotos que não respeitarem a proibição poderão receber várias sanções, desde advertência à exclusão, passando por penalização no grid.
Este esclarecimento solicitado por vários pilotos surge dois meses depois de uma atualização do Código Desportivo Internacional da FIA, em que se anuncia a proibição em nome da neutralidade de “comentários, políticos ou religiosos”, salvo “prévia aprovação por escrito da FIA” ou da ASN, a autoridade esportiva nacional do país em questão.
A decisão da entidade máxima do automobilismo, que também rege os Mundiais de Rali (WRC) e Endurance (WEC), causou alvoroço na Fórmula 1, que se opôs à medida.
Um dos pilotos mais engajados do grid, o heptacampeão mundial de F1 Lewis Hamilton disse na quarta-feira que “nada o impediria de falar sobre as coisas pelas quais ele é apaixonado e sobre os problemas que existem”.
Em 2020, no pódio do Grande Prêmio da Toscana, o piloto de 38 anos vestiu uma camiseta com a mensagem “Detenham os policiais que mataram Breonna Taylor”, em referência à mulher negra que foi morta pela polícia em seu apartamento nos Estados Unidos. Essa ação já levou a FIA a revisar as regras de protocolo para cerimônias que ocorrem após a corrida.
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Fonte: Folha PE