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Derna foi a cidade mais afetada

As enchentes devastadoras que atingiram a Líbia deixaram milhares de mortos e cerca de 10 mil pessoas desaparecidas no país, segundo um representante da Federação Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelha (IFRC, na sigla em inglês).

“Nossas equipes no local ainda estão levantando (o estrago)… Não temos um número definitivo ainda, mas o número de desaparecidos já chegou a 10 mil”, disse à agência Reuters o chefe da delegação da Cruz Vermelha na Líbia, Tamar Ramadan.

As enchentes e deslizamentos gerados por chuvas torrenciais trazidas pelo furacão Daniel destruíram bairros inteiros, estradas e infraestrutura em geral.

O local mais afetado foi a cidade portuária de Derna, onde o número de mortos já atinge mais de 1 mil. Duas barragens e quatro pontes foram destruídas e boa parte da cidade de 100 mil habitantes ainda está submersa.

“O número de mortos é gigantesco e pode chegar aos milhares”, disse Ramadan.

No leste, as cidades de Benghazi, Soussa e Al-Marj também foram fortemente afetadas. A cidade de Misrata, no oeste, também foi atingida.

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Furacão destruiu cidades inteiras

‘Corpos por toda parte’

Há “corpos por toda parte”, segundo Hichem Chkiouat, ministro da aviação do governo que controla o leste da Líbia e parte da equipe de resposta à emergência.

A Líbia enfrenta um caos político desde que o ditador Muammar Gaddafi foi derrubado e morto por uma multidão em 2011. Desde então, o país está dividido, com um governo reconhecido internacionalmente operando a partir da capital, Trípoli, e outro governo no leste.

Segundo o jornalista líbio Abdulkader Assad, essa divisão dificulta os esforços de resgate, uma vez que as diversas autoridades não conseguem responder com agilidade a uma catástrofe natural.

“Não há equipes de resgate treinadas na Líbia. Tudo nos últimos 12 anos girou em torno da guerra”, disse ele à BBC.

A administração com sede em Trípoli enviou um avião com 14 toneladas de suprimentos médicos, sacos para cadáveres e mais de 80 médicos e paramédicos.

O enviado especial dos EUA à Líbia, Richard Norton, disse que Washington enviará ajuda ao leste da Líbia em coordenação com os parceiros da ONU e as autoridades líbias.

Egito, Alemanha, Irão, Itália, Qatar e Turquia estão entre os países que afirmaram ter enviado ou estarem prontos para enviar ajuda.