O Aventureiro 4, conduzido em navegação solo pelo pernambucano Hans Hutzler, fez história ao cruzar a linha de chegada da 33ª edição da Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (Refeno) em primeiro lugar e conquistar o Fita Azul. O veleiro completou as 300 milhas náuticas (560 km) até o arquipélago em 32 horas, 49 minutos e 56 segundos. O percurso foi realizado em um tempo maior do que o previsto em virtude da fraca intensidade dos ventos.
A partida, com 81 embarcações, ocorreu no começo no sábado (24), no Marco Zero do Recife. A disputa pela segunda colocação segue acirrada madrugada adentro entre o Jahu 2 (BA) e o Boto (SP).
Esta é a primeira vez que um velejador solitário se lançou no desafio de fazer uma Refeno num barco tão grande, de 51 pés (mais de 15 metros). Apenas quatro outros velejadores fizeram a regata dessa forma: Carlos Portela, no Delta 26 Glasnost II em 1996; Izabel Pimentel, a bordo de um Mini Transat – 21 pés em 2008; Kan Chuh, também a bordo de um Mini Transat – 21 pés em 2012; além de Carlos Bianco Fernandez, no Winsdom – 28 pés em 2016 e 2019.
A conquista também tem outro sabor especial. Ao faturar o Fita Azul, o barco quebra uma hegemonia de dois barcos que já durava sete anos: Camiranga/RS (2014 a 2017) e o Patoruzú, vencedor das últimas três edições – em 2020 não houve regata em virtude da pandemia de Covid-19.
Por falar no Patoruzú, que era favorito ao tetra, o trimarã do comandante Carlito Moura passou seis horas à deriva em virtude do rompimento do cabo de aço que une as estruturas dos cascos, informou a Refeno. Outro que teve problema foi o Benevento (PR), do comandante italiano Ermenegildo Ignelzi, que teve que seguir para o Iate Clube da Paraíba, em Cabedelo/PB, ao ter rasgada a vela mestra.
O menor tempo marcado em uma edição da Refeno ocorreu no ano de 2007, com o veleiro baiano Adrenalina Pura, comandado por Georg Ehrensperger. Na ocasião a embarcação conseguiu realizar o percurso em 14 horas, 34 minutos e 54 segundos.
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Fonte: Folha PE