Em vídeo enviado para o anúncio da candidatura do deputado federal Danilo Cabral ao Governo do Estado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se referiu ao senador Humberto Costa como uma das grandes lideranças do PT nacionalmente.
A relação afinada do pernambucano com a direção nacional do partido tem sido traduzida em recentes gestos mútuos e sucessivos, e eles se dão no momento em que Humberto figura como uma das principais pontes na articulação do PT com o PSB no Estado.
Na próxima segunda-feira (28), o senador embarca para o México para cumprir agenda ao lado do ex-presidente Lula. O líder-mor do PT terá encontro com o presidente mexicano, Manuel López Obrador, e convidou Humberto para ir junto. Do Congresso Nacional, acompanham o roteiro apenas o pernambucano e Gleisi Hoffmann.
O chamado foi uma iniciativa do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), partido do presidente daquele País. Lula segue para essa nova agenda internacional três meses após ter sido recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, o que lhe rendeu significativa projeção e reação do presidente Jair Bolsonaro, com quem o petista polariza no cenário da corrida presidencial.
No périplo do ex-presidente pela Europa, Humberto também foi um dos únicos dois congressistas na comitiva. O outro foi o deputado federal Arlindo Chinaglia. Da outra vez, Lula passou por Madri, Paris e Bruxelas. A estratégia, dessa vez, é a mesma de buscar, além da projeção internacional, fazer um contraponto ao presidente Bolsonaro.
Na última viagem, ainda em novembro, a reaproximação do PT com o PSB em Pernambuco ainda era tímida, mas o senador já figurava como peça determinante nessa construção, inclusive, tinha começado a aparecer, ali, em agendas do Plano Retomada ao lado do governador Paulo Câmara em sinal do resgate das pontes.
Agora, o desafio do PT e do PSB em Pernambuco, já com a aliança sacramentada, é chegar a um denominador comum sobre a vaga do Senado na chapa encabeçada por Danilo Cabral. E o convite de Lula a Humberto aparece como um símbolo de que estão afinados, o que, naturalmente, reverbera nas decisões a serem tomadas em Pernambuco. Humberto retorna da viagem no próximo sábado (05).
Os 30% em jogo
Os mesmos 30% que são atribuídos como percentual do eleitorado reservado ao presidente Jair Bolsonaro representam também o percentual do eleitorado evangélico. Se um candidato a governador atende o sentimento desses dois nichos ou de parte de cada um deles, em tese, segundos contas de oposicionistas, ele figura com viabilidade numa campanha em que a polarização Lula x Bolsonaro já aparece como mote, caso de Pernambuco.
Intersecção > Nesse cálculo, se enquadraria o prefeito de jaboatão, Anderson Ferreira, que dirige em Pernambuco o partido do presidente da República e, sendo evangélico, detém eleitorado representativo nesse segmento. Fala-se no chamado “voto duro”.
LGPD > As eleições majoritárias de 2022 serão marcadas pelo uso da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Alberto Borges, CEO da consultoria pernambucana Lumi Consult, recomenda que não só as empresas precisam se adequar à privacidade de dados pessoais, como também devem estar atentos os postulantes a um cargo no Executivo ou no Legislativo.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo