Circuito Urbano 2021 destaca o tema “Cidades na linha de frente da ação climática”dentro do Outubro Urbano.
Compondo a agenda do Circuito Urbano 2021 da Organizações das Nações Unidas (ONU), a Prefeitura do Recife realizou, nesta quarta-feira (27), o painel “Recife na Agenda Climática: Trajetória para o Carbono Zero”. Na ocasião, a capital pernambucana apresentou a trajetória consistente no enfrentamento da crise climática por meio de ações concretas. O evento, que aconteceu online, contou com a participação da vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão; de Carlos Ribeiro, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade; de Leta Vieira, Coordenadora de Baixo Carbono do ICLEI; de Marcos Baptista, Presidente da ARIES, e Marcos Araújo, Gerente de Mudanças Climáticas da SMAS.
O Circuito Urbano é uma iniciativa da ONU para dar visibilidade e apoio institucional a eventos organizados por diversos atores em todo o país, com o intuito de promover o debate sobre os temas do Outubro Urbano de cada ano. Esta é a quarta edição do encontro que acontece de forma virtual.
Os caminhos escolhidos pela capital pernambucana para atingir o carbono zero até 2050 foram destacados na programação. Iniciativas como a criação do Comitê de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas – COMCLIMA e o Grupo Executivo de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas – GECLIMA resultaram nas publicações do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), da Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas e do Decreto de Emergência Climática. Recife passou a integrar a Lista A da plataforma global Carbon Disclosure Project (CDP), que reúne as cidades líderes no enfrentamento da mudança climática. Em 2020 a cidade traçou metas e firmou compromissos, como o Plano Local de Ação Climática, o Making Cities Resilient, o Race to Zero, entre outros, resultando em um total de 13 iniciativas que contribuem na construção de uma cidade resiliente e sustentável.
Em sua participação, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Carlos Ribeiro, ressaltou a importância da união entre a sociedade e os setores público e privado no combate ao aumento das emissões de carbono. “Reafirmo que a responsabilidade não deve ser unicamente do poder público. A redução e a neutralidade de emissão de carbono nunca será atingida sem a participação ativa da sociedade, com mudanças de hábitos e de comportamento de cada um. É uma ação que o governo tem por obrigação fazer, mas o envolvimento e a participação da sociedade, dos setores públicos e setores privados, são fundamentais para que a gente alcance um objetivo concreto de neutralizar a emissão de Co2”, afirmou Ribeiro.
A vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, destacou a pauta da descarbonização como global. “A pauta da sustentabilidade deixou de ser a pauta do apenas politicamente correto. Ela hoje se torna uma pauta de extrema urgência e os últimos relatórios do IPCC ressaltaram isso. Sabemos a importância do Recife para o Nordeste e para o Brasil. As ações desenvolvidas aqui servirão de exemplo para as cidades vizinhas e para o país. Esse é um tema global, não adianta só o Recife fazer a tarefa de casa”, diz.
Leta Vieira, coordenadora da (ICLEI) Governos Locais pela Sustentabilidade, em Pernambuco, declarou como as ações da cidade do Recife são importantes para frear a emissão de carbono. “O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) considera a cidade do Recife como a 16° cidade mais vulnerável aos efeitos climáticos do planeta, porém a cidade se tornou pioneira na criação de políticas públicas para combater à emergência climática, entendo que há um risco a longo prazo para diversas regiões da cidade. Com as mudanças ágeis em relação às políticas climáticas, Recife pode alcançar neutralidade na emissão de carbono até 2050”, afirma.
Marcos Baptista, diretor da empresa ARIES, comentou sobre as estratégias adotadas pela Prefeitura do Recife para desacelerar a contaminação do Riacho do Cavouco. “A Iniciativa dos jardins filtrantes está atribuída a descontaminação de 10% do Riacho do Cavouco, diminuindo a poluição no Rio Capibaribe. Os jardins filtrantes estão relacionados diretamente com a Solução Baseada na Natureza, utilizando plantas, raízes, pedras e mantas para filtrar todas as impurezas dos canais que não recebem tratamento. Além do tratamento da água, os jardins filtrantes acarretam recuperação de fauna e flora e aspectos positivos do paisagismo”, disse.
Circuito Urbano 2021
Este é o quarto ano consecutivo que o ONU-Habitat realiza o Circuito Urbano. Esta edição é promovida de forma totalmente virtual, com eventos ao vivo ou gravados previamente. Serão, ao todo, mais de 180 apresentações neste mês de outubro no Brasil: www.circuitourbano.org.
O tema do Circuito Urbano 2021 é “Cidades na linha de frente da ação climática” e os eventos poderão ser relacionados a quatro linhas temáticas: 1) Cidades Sustentáveis e Livres de Carbono; 2) Cidades Inclusivas e Justas; 3) Cidades Saudáveis; 4) Cidades Resilientes.
ONU-Habitat
O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) é a agência das Nações Unidas responsável por promover o desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo para todos. Anualmente, durante todo o mês de outubro, o ONU-Habitat estimula que países, cidades, comunidades, indivíduos e instituições debatam sobre como tornar a vida nas áreas urbanas melhor para todas e todos, e por isto o mês é conhecido, globalmente, como Outubro Urbano.
O mês se inicia com o Dia Mundial do Habitat na primeira segunda-feira do mês, 4 de outubro deste ano, e se encerra com o Dia Mundial das Cidades, em 31 de outubro. O Outubro Urbano busca dar visibilidade e estimular o debate acerca da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que foram adotados pelos 193 estados-membros da ONU em 2015.