Após Assembleia Geral realizada na noite desta quarta-feira (11) pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de Pernambuco (Sindimetro-PE), os funcionários do Metrô do Recife decidiram decretar estado de greve e assembleia permanente. A decisão foi tomada após o anúncio de estadualização/ privatização e devido ao constante sucateamento do sistema do metrô. Os servidores também defendem a tarifa social de R$2 para a população.
A assembleia foi realizada na “Praça da Greve”, localizada na Estação Recife, no bairro de São José e contou com a presença da categoria, de líderes de centrais sindicais e políticos que também são contra a privatização ou estadualização do metrô.
O estado de greve não interfere no funcionamento do Metrô do Recife. Porém, é um alerta para usuários do sistema e também para funcionários sobre a possibilidade da paralisação, que será discutida em nova assembleia na quinta-feira da próxima semana (19).
O novo encontro está programado com o intuito de tentar sensibilizar os governos federal e estadual a repensar sobre a privatização do sistema. Caso não seja atendida, a categoria promete paralisar o metrô a partir da meia-noite do dia 20, uma sexta-feira.
De acordo com o presidente do Sindicato, Luiz Soares de Oliveira, faltam maiores investimentos para o equipamento e privatizar não é a solução.
“O Governo Federal junto com o Governo do Estado quer privatizar o sistema. A gente viu que essa não é a saída, que nós temos profissionais de excelência que podem tocar esse metrô bem. O que falta aqui é verba de custeio para comprar peças de reposição e mais verbas de investimentos para comprar novas composições e assim a gente faz o nosso sistema funcionar. Por isso que hoje nós saímos em estado de greve. Durante a semana vamos ter várias reuniões”, destacou.
Na sexta-feira (13), o sindicato se reúne com o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Adriano Lucena e com a vice-governadora do Estado, Luciana Santos. Na terça-feira (17), a reunião será com o superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Recife, Carlos Ferreira. A categoria espera ter uma reunião, também, com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.
“Queremos o metrô funcionando bem garantindo a ida e vinda desses trabalhadores, para que eles possam frequentar o transporte com mais qualidade, mais segurança e possam ter a sua vida garantida sem muita preocupação”, pontuou o presidente.
Durante a assembleia, o técnico da manutenção do metrô, Bruno Rafael, falou sobre a importância do trabalho dos metroviários. “Existe uma fama que funcionário público não trabalha. Mas, qual é o funcionário público que trabalha 12 horas por dia. Eu trabalho no sábado, domingo, feriado e é importante que a população nos conheça, pois é dessas mãos sujas de graxa que, mesmo sem recursos, ajudamos a população no conserto dos trens e ferrovias”.
Até a última atualização desta reportagem, a CBTU Recife, afirmou ainda não ter recebido um ofício ou notificação oficial do Sindicato sobre a possível paralisação. A companhia só irá se pronunciar, através do departamento jurídico, após receber o documento.
O Governo do Estado afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
Veja também
DIPLOMACIA CoronavírusEUA e China divergem na ONU sobre testes nucleares norte-coreanos
Coreia do Norte reonhece seu primeiro surto de covid-19 desde o começo da pandemia