Em um cenário político cada vez mais digital, as eleições majoritárias trazem consigo desafios consideráveis para os candidatos, especialmente quando se trata dos ataques nas redes sociais. Os postulantes aos cargos eletivos encontram-se expostos a uma intensa busca por seu passado, erros cometidos, declarações já feitas, posicionamentos assumidos e, muitas vezes, até mesmo à exposição de suas vidas pessoais.
A crescente influência das redes sociais nas eleições trouxe consigo a necessidade de os candidatos enfrentarem uma nova realidade, na qual a exposição pública é ampliada e o debate muitas vezes deixa de ser construtivo. As redes sociais oferecem uma plataforma acessível para a disseminação de informações, mas também são palco para ataques por parte de pessoas mau intencionadas.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos candidatos majoritários é a busca incessante por seu passado. A internet permite que qualquer pessoa, munida de um dispositivo conectado, possa pesquisar e descobrir informações sobre a trajetória e o comportamento do candidato ao longo dos anos. Assim, erros do passado, declarações polêmicas ou posições assumidas em momentos anteriores podem ser trazidos à tona e amplamente divulgados, muitas vezes distorcidos ou fora de contexto.
Além disso, a exposição da vida pessoal dos candidatos também se tornou uma preocupação constante. Com a facilidade de acesso a informações pessoais, como fotos, histórico familiar e até mesmo detalhes íntimos, os candidatos ficam sujeitos a ataques que visam desestabilizá-los emocionalmente e prejudicar sua reputação pública.
Nesse contexto, é fundamental que os pré-candidatos estejam preparados para enfrentar um debate construtivo, mesmo diante dos desafios impostos pelas redes sociais. A habilidade de apresentar propostas consistentes, responder a críticas de maneira ponderada e manter a postura perante ataques infundados torna-se crucial para conquistar a confiança do eleitorado.
No entanto, é importante ressaltar que a responsabilidade pelo uso adequado das redes sociais não é exclusiva dos candidatos. A sociedade como um todo deve buscar uma postura crítica e consciente ao utilizar essas plataformas, verificando informações antes de compartilhá-las e promovendo um ambiente de debate saudável e respeitoso.
Em tempo – Nas eleições vale tudo pelo poder?
A frase “Os fins justificam os meios”, que equivocadamente é atribuída a Nicolau Maquiavel, significa que a pessoa está disposta a fazer qualquer coisa para conseguir algo que ela deseja alcançar, ou seja, que os governantes, ou aqueles que desejam essa posição, devem estar acima da ética e da moral para alcançar seus objetivos ou realizar seus planos. Essa frase é comumente associada a Maquiavel, graças a esse trecho de sua obra O Príncipe:
“… Nas ações de todos os homens, em especial dos príncipes, onde não existe tribunal a que recorrer, o que importa é o sucesso das mesmas. Procure, pois, um príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo…”
Conhecido como o “pai da política moderna”, Nicolau defende em sua obra que para manter o poder a todo custo, o príncipe deve desenvolver características não éticas, tais como: astúcia, hipocrisia, crueldade e desumanidade. Hoje, boa parte dos estudiosos acredita que “O Príncipe”, na verdade, é uma sátira de tudo o que Maquiavel viu no mundo da política. E ela continua atual, pois reflete bem o que se transformou a luta para se alcançar e/ou manter-se no poder.
Por Luiz Gonzaga Jr – Hoje Pernambuco