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A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em parceria com outras instituições, realiza no próximo dia 31 um evento comemorativo dos 40 anos do primeiro ato público em favor das eleições diretas no Brasil, que aconteceu no município de Abreu e Lima, em 1983. O evento será realizado no Memorial da Democracia, localizado no Sítio da Trindade, Estrada do Arraial, às 10 horas.
Na ocasião, será fixada uma placa em alusão ao ato de Abreu e Lima, apresentações culturais e proferidos discursos dos representantes das instituições envolvidas. São elas: Ministério Público, Governo do Estado, Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de PE, Unicap (Cátedra D. Helder Câmara) e OAB-PE. Participam do evento o ex-deputado federal João Goulart Filho (filho do ex-presidente João Goulart 1961-1964), familiares da jornalista Cristina Tavares (1936-1992) e do ex-deputado federal constituinte Egídio Ferreira Lima (1929-2022), além de estudantes universitários.
Além do evento no Memorial, a Alepe aprovou, em primeira discussão, o Projeto de Lei Ordinária 395/2023 que inclui o 31 de março no calendário oficial de eventos e datas comemorativas do Estado como o “Dia Estadual das Diretas Já”. A proposta é de autoria do deputado João Paulo (PT) e subscrita pelos deputados Doriel Barros (PT), Rosa Amorim (PT), Dani Portela (PSOL), Rodrigo Novaes (PSB) e Waldemar Borges (PSB). O Projeto determina que todo dia 31 de março sejam realizadas atividades, entre instituições públicas e representantes da sociedade civil, com o objetivo de incentivar a reflexão e o debate sobre o tema.
Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, o resgate da primeira manifestação pelas “Diretas Já” é uma forma de reafirmar o “espírito lutador e libertário do povo pernambucano”. Já o primeiro secretário da Assembleia, deputado Gustavo Gouveia, reforçou a necessidade de dar visibilidade a movimentos importantes da história, sobretudo daqueles que resgatam direitos democráticos. “Se hoje temos a liberdade de escolher quem nos governa, devemos a quem lutou por isso lá atrás”.
Pioneirismo
Organizado pelos então vereadores Reginaldo Silva, Severino Farias, Antônio Amaro Cavalcante e José da Silva Brito (in memoriam), o comício de Abreu e Lima reuniu aproximadamente 100 pessoas e foi o estopim de várias manifestações que eclodiram pelo país, resultando na votação na Câmara dos Deputados da Emenda Dante de Oliveira, que restaurava os direitos eleitorais e civis dos brasileiros. Para Severino Farias, o comício “foi um grito de esperança para que as autoridades reconhecessem que o Brasil não aguentava mais a ditadura”.
“O ato na Praça da Bandeira foi um marco pela democratização. Nos entristece ver um símbolo como aquele sem o devido cuidado. Falta empenho do poder público, infelizmente”, lamenta. Também à frente do comício de Abreu e Lima, o ex-vereador do MDB Reginaldo Silva conta que eles não imaginavam a dimensão que o evento tomaria, por se tratar de mais uma das ações decorrentes do trabalho que faziam em igrejas, sindicatos e na campanha da Anistia em 1979.
Fonte: Prefeitura de Caruaru
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