Profissionais da Rede Municipal de Saúde também estão em constante atualização para oferecer um atendimento respeitoso e igualitário acerca da saúde integral da população LGBTQIA . (Foto: Ikamahã/Secretaria de Saúde do Recife)
Em 23 de março, é celebrado, no Recife, o “Dia Municipal de Combate à LGBTfobia”, instituído em 2022. E para marcar a data, a Secretaria de Saúde do Recife reforça a importância de garantir o acesso dessa população a serviços de saúde de forma equânime, tanto na rede básica quanto nos espaços voltados especificamente para o atendimento de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, interssexuais e pessoas não binárias da capital.
No Recife, dois equipamentos de saúde são voltados diretamente ao acolhimento da comunidade LGBTQIA , são eles: o Ambulatório LGBT Patrícia Gomes (cujo funcionamento já foi descrito aqui: https://bit.ly/3lsvfYh), na Policlínica Lessa de Andrade; e o Ambulatório LBT, que é voltado para pessoas LBT – mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais, e fica instalado no Hospital da Mulher do Recife (HMR) Dra. Mercês Pontes Cunha, no Curado.
Inaugurado em maio de 2016, o Ambulatório LBT (que atende mulheres cisgêneras lésbicas e bissexuais, mulheres travestis e transexuais e homens Trans) possui, atualmente, 911 pacientes cadastrados. No local, os atendimentos são feitos com uma abordagem humanizada e respeitosa e são ofertados consultas ginecológicas, atendimento social, acompanhamento psicológico, além de exames clínicos e de imagem e também o processo transexualizador ambulatorial (terapia hormonal).
O núcleo principal do Ambulatório é formado por uma equipe multidisciplinar, que conta com médicos especialistas, assistentes sociais e psicólogos. No entanto, o serviço garante assistência integral às pacientes LBT, com todas as especialidades médicas e multiprofissionais do HMR, além de realizar os encaminhamentos para a rede SUS do município, a depender da demanda de cada usuária.
Para ter acesso ao serviço, que é direcionado a munícipes do Recife, as pessoas podem ir diretamente ao serviço – demanda espontânea- ou podem procurar a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência para obter o encaminhamento ao ambulatório. Ao chegar no espaço, é só procurar o serviço social do ambulatório, de segunda a sexta-feira, das 7h e 15h, e realizar o primeiro acolhimento.
A coordenadora da Política de Atenção Integral à Saúde da População LGBT do Recife, Dayane Alves, destaca a importância de um serviço de saúde voltado especificamente para o público LGBTQIA . “Muitas vezes, essas pessoas ficam receosas de buscar atendimento na rede regular e podem negligenciar os cuidados com a própria saúde. Com esses atendimentos direcionados, conseguimos trazê-las para fazer o acompanhamento das suas demandas”, ressalta.
A gestora ainda complementa que os profissionais da Rede Municipal de Saúde estão em constante atualização para oferecer um atendimento respeitoso e igualitário acerca da saúde integral da população LGBTQIA no seu próprio território, sem haver necessidade de deslocamento para outras áreas ou serviços.
“O nosso objetivo é ofertar educação permanente para os nossos servidores. Fazemos reuniões para abordar as reflexões sobre gênero, sexualidade, identidades de gênero, orientações sexuais, rede de atendimento à população LGBT (saúde e direitos humanos), violências, vulnerabilidades e impactos na integral e mental da população e estratégias de acolhimento”, explica Dayane.