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Dia de São Pedro em fazenda gravataense

José de Siqueira. Foto: Divulgação

Visitei a Fazenda do meu filho e minha nora, no dia 28 de junho de 2024, coincidentimente vésperas da comemoração de São Pedro e aniversário de minha mãe, que se estivesse viva completaria 120 anos. Nesse refúgio maravilhoso tive direito a milho cozido e a milho assado na fogueira, queimada à noite inteira, feita de madeira seca, preservando a vegetação nativa.

Deliciei-me ainda apreciando cangica, pamonha, pé-de-moleque, sem falar no manguza de coco, aquele cujo preparo não usa charque nem requeijão,  a moda de Floresta dos Navios, sertão pernambucano, ambos deliciosos. De onde estava, ouvi a sonoridade da festa de Gravatá, imaginando esse evento religioso, político e social, gerando lazer e renda com o turismo. Comemorações dessa natureza movimentam a economia e criam empregos. 

Passaram a estender-se por até 70 dias em cidades como Campina Grande, Caruaru e Petrolina. A Igreja Católica, agradece ao estímulo a tanta devoção dos fiéis, que antigamente contentavam-se com um ou dois dias, em ajuntamentos pequenos de adoradores, sem a ostentação televisiva dos concursos de quadrilhas e dos shows com artistas famosos, que aumentaram muito a fé. Curti os benefícios do campo, Vista linda, temperatura amena e agradável, alforria da escravidão citadina a horários na incerteza dos emperros do trânsito. 

Distanciamento dos focos de violência urbana e do temor de sermos vitimizados. Afastamento da poluição ambiental, dos gazes e fumaças tóxicas, dos sons estridentes, prejudiciais à audição e ao trato respiratório. A ermitude campesina restaura-nos a paz silenciosa de antigamente, permeada de vozes armoniosas da natureza, o cântico dos pássaros, o mugir pachorrento do gado, o piar dos grilos,  o coachar das rãs no chamamento lúbrico umas das outras, o ladrar distante de algum cão significando não se sabe o quê, talvez chamando a atenção da lua de quem anda enamorado.

A Desesperança social pela fome ou a insegurança pública não encontra espaço nesse local, tão farto de alimentos que nem os preguiçosos preocupam-se com o de comer, ninguém faz greve por salário, nem falta teto ao trabalhador. Na faina diária de produzir, fazendeiro e vaqueiro andam juntos. Será que sonhei tudo isso ou estou sonhando? Tomara que não. O fato é que vi casas sem gradis ou portas robustas e dormi com as janelas abertas munidas apenas de telas contra os insetos e companhias indesejadas semelhantes.

No galinheiro, de bom tamanho, um galo garnize branco anunciou cantando o chegar do amanhecer e começou festivo a perseguição das Galinhas e demais bichos de penas, Guiné, patos, gansos, pombos, perus, e até codornas, tentando montar em todos e caindo porque da sua mata não sai Coelho. No auge da cobiça libidinosa voou para cobrir um beija-flor, mas não conseguiu alcançá-lo. Dizem que tamanho não é documento, mas em matéria de sexo bem que atrapalha. Ele não conseguia acomodar-se para acasalar. Tadinho! A culpa é das estrelas, mas vai continuar tentando.

José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE

Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal

Contato: jsiqueirajr@yahoo.com.br

Instagram: @j_siqueiras

Facebook: www.facebook.com

15/07/2024 às 12:41

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