Esta semana São Paulo teve árvores derrubados. Foto: Rogerio Galasse / Futura Press / Estadão Conteúdo
A humanidade precisa harmonizar-se com a natureza, limitar o seu direito de produção e consumo de bens à sustentabilidade de valores socioambientais transgeracionais. As pessoas precisam reinventar-se nas suas relações com o ambiente, que de tanto ser incompreendido, explorado como se fosse inesgotável, está sendo destroçado, aviltado, em favor de lucros.
Perde as condições indispensáveis a se manter saudável e exuberante como dantes, criado que foi para servir ao homem. Este, cada vez mais exigente, mais presunçoso, mais sabido e menos inteligente, inconformado com o mundo que o Senhor lhe deu e querendo competir com Ele na construção da beleza e de utilidades maiores do que as contidas na obra divina original, passa inconsequentemente dos limites.
Industrias poluentes da atmosfera formam um novo céu, sinônimo de inferno, moldando o efeito estufa, quente, muito quente, que faz os olhos da terra enfermarem e as geleiras eternas dos polos deseternizarem-se, no mar lacrimal jorrante para os oceanos, reocupando os espaços que lhe foram usurpados em nome de um progresso desalmado, “sem alma e sem Deus” e sobretudo duvidoso.
Chuvas torrenciais, fora de época, alagam ruas, desmoronam barreiras, soterram pessoas, derrubam barragens, causam inundações terríveis até com resíduos industriais, como os de Brumadinho, antecipando o enterro dos vivos.
Esta semana São Paulo teve árvores, postes de energia derrubados, e 1 milhão e meio de pessoas ficaram sem luz, sem internet, parecia que São Pedro abrira as comportas do universo. Chove onde não é preciso e faz sol, estiagem, seca, incêndios de combustão espontânea ou criminosa, tudo ao mesmo tempo, descaracterizando as estações climáticas do ano.
Em Manaus além do fumaceiro que torna denso o ar prejudicando a respiração de homens e animais, houve até tempestade de poeira tolhendo completamente a visibilidade do espaço. O planeta terra parece louco.
A terra não apenas chora: convulsiona-se em terremotos, encratera-se em vulcões, movimenta-se em furacões, em maremotos, em nevoeiros sujos, em lava fervente, só falta chegar o novo dilúvio e os dirigentes políticos dessa desgraceira já buscam descobrir quem será o Noé substituto para tentar corrompê-lo em busca de apadrinhamento de suas falcatruas.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
Contato: jsiqueirajr@yahoo.com.br
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16/11/2023 às 08:34
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