O tenente-coronel Mauro Cid vai contar em sua delação para a Polícia Federal (PF) o que testemunhou sobre a eventual participação de militares que trabalharam no governo Jair Bolsonaro (PL) em propostas de golpe de estado para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Os nomes estão entre as apurações com base nos detalhes a serem contados por Cid. A intenção é verificar se houve participação do ex-chefe do GSI e outros militares da administração Bolsonaro nessas tratativas para um golpe.
A PF também quer ouvir de Cid se o assunto foi discutido em alguma ocasião com o general Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil, posteriormente, da Defesa de Bolsonaro. O general da reserva foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada na eleição de 2022.
Agora, à PF, Cid quer detalhar quem são os militares e outros ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro que participaram das tratativas que se deram, entre outras localidades, no Palácio da Alvorada em dezembro passado.
Para a PF, são chamados dois tipos de roteiro de golpe: um civil, que tem Anderson Torres no comando, como personagem central – e o outro, militar – mas, ambos, sob comando de Bolsonaro, que não poderiam ter acontecido sem a anuência e participação do ex-presidente.
A preocupação de Cid, nos bastidores, é deixar claro que não vai delatar militares da ativa – mas promete esclarecer o que sabe sobre a participação e articulação de militares da administração Bolsonaro no roteiro do golpe.
Braga Netto teve sigilo telefônico quebrado hoje em operação da PF contra ex-integrantes do Gabinete de Intervenção Federal no RJ. As investigações não estão correlacionadas.
Além das propostas de golpe de estado após a derrota na eleição presidencial, o ex-ajudante de ordens vai contar como ocorreu a sua participação no caso das joias sauditas, bem como outros temas.
Fonte: Blog do Jorge Lemos
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