Uma equipe da Secretaria Executiva de Controle Urbano, agentes da Defesa Civil do Recife e da Guarda Municipal estiveram na Rua Catuíra, bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital pernambucana, na manhã desta quinta (21), vistoriando o local onde uma laje matou um homem no fim da tarde do dia anterior. A área foi isolada ainda na noite da quarta, e os técnicos constataram a necessidade de demolição do imóvel cuja laje, que estava sendo construída de forma irregular, despencou.
Uma empresa especializada está no local para planejar e executar a demolição, que terá início ainda nesta quarta-feira (21). Segundo o engenheiro responsável pela demolição, o prazo para o serviço é de 20 dias. Para evitar o risco de danos aos imóveis vizinhos, que são geminados, não será usado maquinário a derrubada do imóvel será feita manualmente, com a ajuda de uma plataforma de demolição que vai elevar os funcionários e facilitar o serviço.
As famílias desalojadas na rua – localizada perto do limite com o bairro da Torre – foram orientadas sobre a necessidade das interdições e concordaram em se transferir temporariamente para a casa de amigos e parentes. A Defesa Civil concedeu auxílio-funeral para a família da vítima e colchões para quem solicitou.
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Entenda o caso
Às 17h34 da quarta, o Samu foi chamado e enviou um ambulância ao local para atender um homem de 42 anos, o pela queda de uma laje que desabou em uma construção irregular. A vítima foi identificada por familiares como Marcos Lima. Quando a equipe chegou ao local, o homem já estava morto.
A Secretaria Executiva de Controle Urbano já havia notificado um funcionário da obra na última segunda-feira (18) informando que a obra precisava ser interrompida, mas não localizou o responsável pelo imóvel e pelo serviço, que não contava com laudo técnico de engenheiro ou autorização da gestão municipal. Os fiscais da Prefeitura voltaram na terça-feirta (19) e constataram que a obra não foi interrompida e mais uma vez não localizaram o responsável.
De acordo com a secretária-executiva de Controle urbano, Marta Lima, o fato do imóvel pertencer a uma Zona Especiais de Interesse Social (Zeis) dificulta o trabalho da Prefeitura de localizar os dados do responsável pela obra, pois nessa tipo de residência, os nomes não constam em registros imobiliários. Ela contou que a Prefeitura tentou notificar o dono do imóvel e responsável pela obra, mas que ele fugiu do local após o acidente e não se apresentou até o momento.
Alexandre Lima, 34 anos “A gente disse a ele sobre o risco. E ele queria até fazer mais um pavimento desse para estender roupa, sem consultar engenheiro. Ele não botou nem malha na laje. Com o peso, a laje cedeu. O menino estava embaixo e causou esse acidente. Já foi uma tragédia anunciada. A gente vivia dizendo a ele que fizesse a obra com segurança. Mas a gente não podia impedir ele de fazer”, relatou o técnico de elevadores Alexandre Lima, 34 anos, vizinho do imóvel.
Buscas pelo responsável da obra
Vizinhos da obra informaram que o nome do proprietário. A partir dessa informação, a Secretaria Executiva de Controle Urbano identificou outras duas obras irregulares feitas por esse indivíduo, nos bairros da Torre e Madalena, ambas em processo judicial, considerando que o responsável não respeitou os processos administrativos que haviam sido abertos para regularizar as construções. O processo de embargo da obra estava em andamento e deverá ser concluído nesta sexta-feira.
Com a ajuda da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), a Secretaria de Controle Urbano está empenhada em localizar o dono do imóvel para notificá-lo oficialmente e dar seguimento ao processo administrativo e judicial.
Em nota, a PCPE informou que “registrou, por meio da Equipe de Força Tarefa de Homicídios da Capital, no dia 20 de abril, ocorrência de Morte a Esclarecer e Omissão de Socorro. A vítima, um homem de 43 anos, foi encontrada sem vida após parte de da laje de um imóvel na comunidade Santa Luzia desabar em cima dela. Segundo relatos, a vítima estava trabalhando no local com outras pessoas, incluindo o autor da omissão de socorro, proprietário do lugar, quando o fato aconteceu. O autor teria se evadido após o desabamento. As investigações foram iniciadas e continuam até o esclarecimento do fato”.
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