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De 2018 para 2022: Tite ganha segunda chance para buscar o hexa com a Seleção Brasileira

Tite será o sexto técnico a ter a oportunidade de treinar a Seleção Brasileira em pelo menos duas Copas do Mundo. Vicente Feola (1958-1966), Telê Santana (1982-1986), Carlos Alberto Parreira (1994-2006) e Felipão (2002-2014) também já conseguiram o feito. O recorde é de Zagallo, que comandou o Brasil em três oportunidades: 1970, 1974 e 1998. Ter uma nova chance de participar de um Mundial é para poucos. Depois de cair nas quartas da Copa de 2018, na Rússia, o comandante iniciou um novo ciclo para a disputa do Catar, em 2022. Quatro anos de aprendizado, novos desafios, mudanças no estilo de jogo e desejo de ter um desfecho diferente.

Com exceção de Telê, os demais treinadores ganharam uma taça cada do Mundial na primeira passagem pela Seleção. Tite é o único a iniciar um ciclo de disputa após um tropeço – o comandante de 1982, após a derrota para a Itália, só regressou em 1985. O que motivou a permanência no cargo? Desempenho e modelo de trabalho.

Eu só estou na Seleção Brasileira por causa da performance contra a Bélgica (na derrota por 2×1). Se a gente não tivesse jogado nada, não ia ter pedido para continuar. Não ia ter condição de falar que estava desenvolvendo um trabalho. O desempenho naquele jogo também alavancou para que eu chegasse aqui”, disse o treinador.

Desde que foi anunciado pela Seleção, Tite comandou 76 jogos, incluindo amistosos, eliminatórias, Mundial e Copa América. Venceu 57, empatou 14 e perdeu cinco. Aproveitamento de 81,1%. Ao todo, em seis anos, chamou 122 atletas. Desses, 84 após a Rússia. Tudo isso para chegar nos 26 convocados para o Catar.

Mudanças táticas

O Tite “versão Copa 2022” teve uma diferença básica com relação ao de 2018: tempo. Para o Mundial da Rússia, o treinador pegou o trabalho pela metade, com menos de dois anos para montar a Seleção. Agora, foram quatro. Oportunidade de testar mais peças, com mais variações táticas. Neymar, por exemplo, deixou de ser utilizado exclusivamente pelo lado esquerdo, circulando também mais de forma recuada, abrindo espaço para Vinícius Júnior no setor.

Se há quatro anos o Brasil tinha mais profundidade com os laterais, hoje o treinador prega que os atletas da função trabalhem mais por dentro, como construtores, deixando os lados para pontas como Vinícius, Antony, Raphinha e Rodrygo. O zagueiro Thiago Silva e o volante Casemiro seguem como pilares de sustentação atrás.

De acordo com Tite, a seleção de 2022 chega mais preparada do que a de 2018, embora ele tenha evitado traçar comparações. 


“Aquele era um ciclo de recuperação, hoje é um ciclo inteiro de quatro anos. Injusto com toda a situação. Recupera, pega na sexta colocação, com um terço da competição… agora é outra situação. Com mais aspectos táticos, mais atletas, mais contato. Aqueles dois anos agora contam a favor, mas comparar isso é como comparar gerações. Agora sim, chega com todo este processo de trabalho muito mais tranquilo, mais em paz, confiante, sim, pelos quatro anos de trabalho que tivemos, associados aos dois. Não estou dizendo que vamos ganhar, mas chegamos mais fortes e estruturados”, pontuou.

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Fonte: Folha PE

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