Integrantes das cúpulas do PT e do PSB vinham repisando que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Leia-se: que o imbróglio vigente na aliança do PT com o PSB no Rio de Janeiro não acarretaria prejuízos ao arranjo entre as duas siglas em Pernambuco. O detalhe é que com a corda esticada internamente no PSB em relação à manutenção da pré-candidatura de Alessandro Molon ao Senado e com o PT cobrando cumprimento de acordo, quem entrou no circuito em solidariedade a Marcelo Freixo, pré-candidato ao Palácio da Guanabara, foi o também pré-candidato do PSB a governador, Danilo Cabral.
Em sua rede social, o socialista, em tom de cobrança e em concordância com o PT, assinalou o seguinte:
“O PSB fez uma aliança nacional com o PT. Os compromissos firmados devem ser cumpridos em todos os estados. No Rio de Janeiro, coube ao PSB indicar o candidato a governador, @MarceloFreixo . E cabe ao PT indicar o senador. Acordo é para ser cumprido!”.
No Rio, o deputado federal Alessandro Molon, do PSB, vinha numa disputa com o presidente da Assembleia Legislativa daquele Estado, André Ceciliano, do PT, pela vaga do Senado na chapa encabeçada por Freixo. O detalhe é que Molon preside o partido no Estado e, nas hostes socialistas, a posição que vinha prevalecendo era a de deixar o tema nas mãos dele.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, chegou a verbalizar isso. Em outras palavras, deixara claro que ninguém retiraria candidatura de Molon, inclusive porque a entrada de Freixo na sigla se dera com a benção do dirigente estadual. Diante da iminência de rompimento com o PT, no entanto, nesta quarta-feira (27), Siqueira avisou que a disputa entre Ceciliano e Molon será resolvida “no convencimento”.
Danilo Cabral chegou a trocar telefonema com Freixo. E o tom entre socialistas e aliados em relação à eventual retaliação do PT com o PSB mudou um pouco. Nos bastidores, se passou a avaliar que o contexto do Rio “não ameaça Pernambuco, mas compromete”. Passou a prevalecer, em conversas reservadas, um entendimento de que uma quebra de acordo, lá, poderia “abrir brecha, precedente”. Daí, o movimento do próprio Danilo em solidariedade a Freixo num momento em que socialistas apostam que Molon será rifado.
Insatisfação no ninho socialista
Com a convenção nacional do PSB marcada para esta sexta-feira, petistas e socialistas aguardam que o imbróglio no Rio esteja resolvido até lá. O assunto foi tema do almoço, inclusive, na casa de Danilo Cabral, durante a passagem de Lula por Pernambuco. Nas coxias do PSB, se avalia que o único caminho para Carlos Siqueira é rifar Molon, sob pena de contrariar a maioria da sigla.
Recíproca > Vice-presidente nacional do PT e um dos coordenadores da pré-campanha de Lula, o deMarcio Macedo, à coluna, já havia descartado que a questão do Rio respingasse em Pernambuco. Nesta terça (27), diante do quadro indefinido, ele ponderou: “Essa é uma decisão que cabe ao PSB. O que cabe a nós, já fizemos, que é apoiar o candidato do PSB a govenador”.
No aguardo – Márcio prossegue: “Da nossa parte, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nós cumprimos nosso acordo em Pernambuco com Danilo Cabral e cumprimos no Rio de Janeiro. O que estamos esperando é uma posição do PSB”. O dirigente adverte o seguinte: “Tem um prazo legal, que são as convenções”.
Benção > O adiamento do anúncio de Carlos Andrade Lima para integrar a vaga do Senado na chapa de Miguel Coelho teria como pano de fundo a intenção do conjunto de que o martelo seja batido na presença de Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, que deve chegar ao Recife ainda nesta quinta (28).
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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