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Dado lamenta “elenco mimado” e quer antecipar fim da Série B para projetar pré-temporada

Dado Cavalcanti foi o quinto e último treinador do Náutico em 2022. Coube a ele ser o profissional no momento em que o Timbu foi oficialmente rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro. Os problemas do clube, porém, começaram muito antes de sua chegada. Fazendo uma análise do que observou no Timbu, o treinador apontou diversos erros. Um deles foi o da atual gestão ter “mimado” o elenco. “Temos um vestiário silencioso, que poucos falam. Infelizmente, isso acaba virando rotina”.

“Na minha chegada, foi dito por mais de uma pessoa que o momento dos jogadores era muito difícil porque eles tinham apanhado demais durante todo o ano e que seria necessário ter um pouco mais de flexibilidade em algumas ações. Hoje, já começo a enxergar as coisas de forma mais macro e entendo que esse foi um briefing equivocado”, começou. 

“Essas cobranças aconteceram de fora para dentro e não aconteceram como deveriam acontecer, de dentro para fora. Os momentos de dificuldade são de resiliência. E quanto maior a resiliência, mais forte o corpo fica. Mas ela foi substituída pelo botão de ‘reset’. Nos momentos de crise, onde o grupo precisa ser resiliente, optou-se pela troca do comando. Isso arrefece os ânimos. Zera o processo e começa novamente. E assim sucessivamente”, continuou. 

“Nós temos um grupo que foi construído durante o ano nessa condução que eu entendo ter sido de forma equivocada. A palavra pode ser um pouco forte, mas o grupo acabou sendo mimado. O Náutico não foi rebaixado hoje, nem na rodada passada contra o Novorizontino. O grupo foi sendo moldado para que isso acontecesse. Trocar somente os nomes não soluciona os problemas. Era preciso mudar conceitos, mudar protocolos, estabelecer processos. E precisa cobrar os profissionais, os atletas. Kuki disse uma coisa importante para mim: um ambiente sem cobrança está fadado ao fracasso. Infelizmente, o clube pecou nisso”, completou.

Pré-temporada

Já rebaixado, Dado, que ainda não sabe se continuará no Náutico no ano que vem, afirmou que gostaria de que o Timbu tivesse a rodada final da Série B, contra a Ponte Preta, adiantada pela Confederação Brasileira Futebol (CBF), antecipando o encerramento dos trabalhos atuais para, em seguida, projetar 2023, com um tempo maior de preparação.

“Essa (permanência no Náutico) é uma condição que não pode partir de mim, e sim da direção. Existe uma movimentação dos dirigentes para ver o que vai acontecer e fazer as avaliações que precisam ser feitas. A única coisa que pedi, junto ao Nei (Pandolfo, executivo de futebol), foi a antecipação do último jogo para antecipar férias e a volta para a pré-temporada. Seja comigo ou com outro, o Náutico vai ter a oportunidade de fazer uma pré-temporada um pouco mais longa do que os adversários. Isso é uma vantagem. Podemos começar 40 dias antes, com quatro, cinco amistosos. O pensamento futuro precisa ser mais alinhado”, finalizou.

Fonte: Folha PE

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