- Leandro Prazeres
- Enviado especial da BBC News Brasil a Nova York
O ministro-chefe da Casa Civil e um dos principais coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira, rebateu as críticas de parte da mídia britânica ao comportamento do presidente durante sua passagem pelo Reino Unido em meio ao período de luto pela morte da rainha Elizabeth 2ª.
Nogueira disse que o presidente passou uma imagem de “estadista” e que as críticas eram fruto de “inveja” pelo fato de Bolsonaro ter um governo “forte”.
A declaração foi feita nesta terça-feira (20/9) em Nova York, onde o presidente participou da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“É o balanço de um estadista, uma pessoa que traz orgulho ao povo brasileiro”, disse Ciro Nogueira à BBC News Brasil.
Bolsonaro recebeu críticas de veículos de imprensa que enxergaram um tom de campanha eleitoral em seus discursos a apoiadores durante o período em que esteve no Reino Unido, no início desta semana.
Sobre as declarações, o Daily Mail escreveu: “Enquanto líderes globais chegam ao Reino Unidos para manifestar seu respeito pela rainha, o líder da direita radical populista Jair Bolsonaro fez um comício em tom agressivo da janela da embaixada de seu país incitando uma multidão com bandeiras”.
O Independent escreveu que “o polêmico Bolsonaro aproveitou a viagem a Londres para tentar convencer os eleitores indecisos de sua importância internacional, levando sua campanha política para a viagem”.
Indagado sobre as críticas feitas pela mídia britânica ao comportamento de Bolsonaro, Nogueira disse que “parcela da mídia” estrangeira teria resistência a Bolsonaro por ele ser um, nas palavras de Nogueira, um “líder mundial”.
“É parcela da mídia que não aceita que a gente tenha um presidente que seja um líder mundial”, afirmou.
Indagado sobre que motivos a mídia britânica teria para fazer objeção à figura de Bolsonaro, Nogueira disse que essa resistência seria fruto de “inveja”.
“Eles têm inveja de ter um presidente forte porque lá eles têm um governo fraco”, disse Nogueira.
No início de setembro, Liz Truss assumiu o cargo de primeira-ministra do Reino Unido após a renúncia de Boris Johnson. O ex-premiê renunciou após uma sucessão de crises que diminuíram o seu apoio dentro do Parlamento.
Por outro lado, no Brasil, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto sobre a corrida eleitoral. Ele está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta um terceiro mandato.
Segundo a última pesquisa do instituto Ipec (ex-Ibope), divulgada na segunda-feira (19/9), Lula tem 47% das intenções de voto contra 31% de Bolsonaro.
Cautela
Ao contrário do presidente Bolsonaro, que tem dito que vencerá no primeiro turno, Ciro Nogueira adotou um tom mais cauteloso ao comentar os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto. Segundo ele, o cenário é incerto e só será conhecido no dia 2 de outubro.
“Tem pesquisas que dão o presidente na frente. Tem pesquisas que dão o presidente atrás. O resultado nós vamos saber só no dia da eleição”, disse Nogueira.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem repetido o discurso de que vencerá as eleições no primeiro turno, apesar de as principais pesquisas de intenção de voto mostrarem que essa possibilidade seria mais próxima para Lula e não para ele.
Ainda segundo o levantamento mais recente do Ipec, Lula teria 52% dos votos válidos, o suficiente para encerrar a disputa no primeiro turno.
Questionado pela BBC News Brasil em Nova York sobre se entregaria o cargo caso perdesse as eleições, Bolsonaro repetiu a tese de vitória em primeiro turno.
“Não vou ficar em hipóteses. Vou ganhar no primeiro turno”, disse.
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