Depois de dois anos e meio, chegou ao fim a CPI da Chapecoense no Senado. O documento final, com cerca de mil páginas, foi aprovado por unanimidade pelos senadores, nesta segunda-feira. A CPI do Acidente da Chapecoense foi criada para investigar a demora no pagamento das indenizações devidas aos familiares das vítimas da tragédia.
Entre as sete recomendações do relator, senador Izalci Lucas do PSDB do Distrito Federal, estão a indenização das famílias das vítimas e a responsabilização de cinco empresas supostamente envolvidas em fraude na emissão da apólice de seguro do voo, são elas LaMia Corporation, sediada na Bolívia; a Bisa Seguros, também boliviana, com quem a LaMia contratou seguro; a Tokio Marine Kiln Limited, sediada no Reino Unido, com quem a Bisa contratou resseguro; e as corretoras AON UK e o Grupo Estratégica antiga AON Bolívia, que funcionaram como representantes da seguradora e da resseguradora e orientadores da LaMia.
Em abril, representantes da seguradora Tokio Marine Kiln se reuniram com senadores e sugeriram aumentar de U$ 15 para U$ 25 milhões o valor do fundo humanitário criado pela empresa.
As 24 famílias que já fizeram acordo se aderirem vão ter um acréscimo. Elas receberam cerca de 225 mil dólares, em 2019.
A indenização oferecida inicialmente para as vítimas é dez vezes menor que o previsto na apólice, que deveria ser de U$ 300 milhões. Por isso, familiares apontam que houve fraudes. A seguradora, por sua vez, se recusa a pagar o valor, por considerar que havia problemas no voo.
O acidente trágico ocorreu em 28 de novembro de 2016, quando a equipe de futebol da Chapecoense viajava do Brasil para Colômbia para participar da final da Copa Sul-Americana.
No acidente 71 pessoas morreram, entre elas 68 brasileiros. Estavam no voo jogadores de futebol, dirigentes, comissão técnica e jornalistas.
Não conseguimos contato com as empresas citadas. Em nota, a Tokio Marine Brasil esclareceu que a empresa é uma operação separada da inglesa e não tem envolvimento nesta apólice.
Fonte: Agência Brasil
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