Um dia após o deputado federal Danilo Cabral ser lançado candidato ao Governo do Estado em ato marcado pelo protagonismo do PSB e do PT em detrimento dos demais partidos da Frente Popular, o que saltou aos olhos dos aliados, o deputado federal Augusto Coutinho, presidente do Solidariedade em Pernambuco, à coluna, externa “preocupação”.
Com esse movimento, de conferir relevo diferenciado ao PSB e ao PT nessa construção, avalia ele, “os demais partidos de centro ficaram excluídos”.
A análise, explica o parlamentar, tem origem em reflexão do quadro eleitoral sobre a qual ele vem se debruçando. “O encaminhamento se resumiu ao PT e ao PSB e os demais partidos ficaram excluídos”, enfatiza, alertando para o seguinte: “Há de prevalecer o bom senso para que se tenha todo mundo confortável para enfrentar uma eleição que pode ser muito difícil”.
Com a cabeça de chapa resolvida e após lançar Danilo, o desafio do PSB, agora, é decidir o nome que vai ocupar a vaga do Senado. O detalhe é que o PT já bateu o pé e não abre mão do espaço, alega legitimidade e nem cogita estar na vice.
Aos petistas, o governador Paulo Câmara deu março como deadline. O deputado federal Carlos Veras, um dos cotados para concorrer à Casa Alta, também tem afirmado que a equação deve ser fechada “até a primeira quinzena de março”. Com os partidos de centro, no entanto, o assunto ainda não foi à pauta.
“Não houve essa conversa ainda”, declara Coutinho. “Estou preocupado com a chapa. Da forma que está sendo colocado, é uma aliança de esquerda. E os outros integrantes que não são da esquerda?”, indaga. E realça: “A discussão está entre o PT e o PSB. E os demais partidos? É muito desconfortável para quem participa dessa aliança”.
O que Augusto Coutinho toma a iniciativa de verbalizar já vinha ecoando em conversas reservadas nos bastidores. À coluna, uma fonte já havia relatado algumas interrogações que vêm sendo dirigidas silenciosamente ao PSB: “Qual a visão do PSB? É de estreitar palanque ou de ampliar? Se for de ampliar, os integrantes da aliança do centro têm chance de estarem na majoritária”. Na mesma linha, Augusto adverte: “Se querem, se pretendem fazer uma chapa só de esquerda, vai se estreitar muito o palanque e isso pode ser uma falha grande!”.
PT mantém quatro nomes
Já era por volta das 22h de ontem quando foi encerrada a reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, destinada a traçar o processo de definição de um nome para o Senado. Ficou definido um calendário de reuniões e conversas e as quatro alternativas ventiladas para a missão foram mantidas: Carlos Veras, Teresa Leitão, Marília Arraes e Odacy Amorim.
Contraponto > Diante do argumento do centro, que vê o PT no Senado como “estreitar chapa”, o deputado federal Carlos Veras, indagado pela coluna, ainda durante o ato de lançamento de Danilo, ponderou: “Os partidos da Frente sabem do gesto que o PT fez, que foi retirar a candidatura ao Governo do Estado. E o PT no Senado representa essa aliança Lula, PT, PSB, porque são votados o candidato a senador e a governador”.
Vice não > Carlos Veras indaga: “E sem o PT na majoritária? Sem Lula na majoritária como fica?” Ele assegura: “O PT não vai para vice. Quem vai ser votado é o governador e o senador. O PT e o PSB sabem que há o pedido do Senado hoje”.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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