Depois de 64 jogos e um recorde de 172 gols, a Copa do Mundo de 2022 no Catar chegou ao fim. A Argentina consagrou-se campeã mundial pela terceira vez com sua dramática vitória nos pênaltis sobre a França.
As tendências da competição de 2022, primeiro torneio realizado no inverno e no Oriente Médio, foram analisadas pela empresa Gracenote, que reúne estatísticas esportivas.
1. Maior número de zebras em 64 anos
A Copa do Catar foi um torneio de zebras, com 15 partidas vencidas por times menores contra times mais consagrados.
Elas começaram com a vitória da Arábia Saudita por 2 a 1 sobre a Argentina no terceiro dia do torneio – uma das 12 surpresas na fase de grupos, o que é um recorde para a competição.
Também houve as eliminações de Espanha e Portugal por Marrocos nas oitavas de final e nas quartas de final, respectivamente, e a vitória da Croácia nas quartas de final sobre o Brasil.
Isso significa que 24% dos jogos terminaram no que a Gracenote classifica como “upset” e o que nós brasileiros chamamos de “zebra”. Essa é a maior porcentagem de vitórias de times com menor chance desde a Suécia em 1958 (26%), o que pode revelar uma tendência de menor distanciamento entre as seleções de ponta e aquelas consideradas mais fracas.
De acordo com a metodologia da Gracenote, uma zebra acotece quando “o time vencedor tinha menos de 33,3% de chance de vencer em 90 minutos na fase de grupos ou no máximo 47% de chance de eliminar o adversário” no mata-mata.
2. Menos chutes a gol… mais gols
Houve ‘apenas’ 1.458 chutes a gol no torneio deste ano, o menor número desde que Gracenote começou a registrar dados estatísticos em 2002. A média de chutes durante uma partida no Catar foi de 22,8.
Mas isso não impediu a chuva de gols, com um recorde de 172 gols marcados – o maior número desde que o torneio foi ampliado para 32 times em 1998. O recorde anterior era de 171 gols marcados na França 1998 e no Brasil 2014.
Em média de gols por partida, apenas a Copa dos EUA (1994) teve um número maior do que o Ccatar, com 2,71 gols por jogo. O Catar teve 2,69 gols por jogo, em média, em 2022.
Foram 117 jogadores diferentes marcando gols – cinco a menos que na Copa do Mundo na Rússia, quatro anos atrás.
Mais gols também foram marcados de dentro da área do que qualquer uma das quatro competições anteriores em que os dados foram coletados na estatística. Cerca de 93% dos gols foram marcados de dentro da grande área, com o recorde de 62,7% de finalizações dentro da pequena área.
3. Copa do Mundo ‘mais limpa’ deste século e mais tempo de parada
Os árbitros distribuíram 227 cartões amarelos – o maior número desde 2010, o que Gracenote diz ser devido a uma arbitragem mais rígida. Apenas quatro cartões vermelhos foram mostrados – mesma quantidade da Copa de Rússia.
Mas o número de faltas caiu pelo quarto torneio consecutivo e atingiu seu nível mais baixo neste século, 1.599 – talvez um reflexo do fato de que os árbitros estão sendo encorajados a deixar o jogo fluir.
Um total de 23 pênaltis foi marcado durante os 90 minutos de jogo em uma média de 0,36 por partida. Esse é o resultado da segunda copa com VAR (Video Assistant Referee).
A quantidade de tempo de pausa foi um grande ponto de discussão no início do torneio e as partidas tiveram em média 11 minutos de acréscimo – acima dos seis minutos em 2018 – devido às regras mais rígidas da Fifa sobre desperdício de tempo.
4. Astros jovens
A competição de 2022 teve o maior número de jogadores sub-20 do que qualquer outra Copa do Mundo. Dez jogadores sub-20 jogaram, com presença em 20 partidas.
Isso inclui o meio-campista inglês Jude Bellingham, de 19 anos e o meio-campista alemão Jamal Musiala, de 19 anos. Entretanto, os mais jovens do torneio no Catar eram o meio-campista espanhol, Gavi, o australiano Garang Kuol, e o alemão Youssoufa Moukoko com pouco mais de 18 anos. Ao enfrentar o Japão em partida válida pelo Grupo E, Moukoko, com apenas 18 anos e três dias, se tornou o jogador mais novo a defender a Alemanha numa Copa do Mundo.
O atacante francês Kylian Mbappé, agora com 23 anos, ainda detém o recorde de mais partidas em Copa antes dos 20, com seis jogos em 2018.
5. Veteranos
Não foi apenas um ano bom para os jovens jogadores, mas também para os mais veteranos – competidores com 35 anos ou mais.
Um total de 27 jogadores veteranos estiveram presentes em 83 partidas no torneio de 2022, 32 partidas a mais do que o recorde anterior estabelecido na Copa do Mundo de 2002.
O argentino Messi, de 35 anos, e o croata Luka Modric, de 37 anos, foram os veteranos que mais jogaram no Catar, com sete partidas cada. Foram também grandes destaques do Mundial.
Com 39 anos, o lateral-direito brasileiro Daniel Alves se tornou o jogador mais velho a defender a seleção brasileira numa Copa do Mundo.
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