Até 10 de dezembro, serão realizadas diversas atividades voltadas para a mobilização da sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra as mulheres e meninas. A programação continua nesta sexta (3), de 8 às 15h, com a Feira de Artesanato da Rede de Artesãs do Recife, no térreo da Prefeitura do Recife. (Foto: Inaldo Menezes/PCR)
A Secretaria da Mulher continua com as ações na campanha pelos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Na manhã desta quinta-feira (2), as mulheres da Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, no Arruda, participaram do projeto ‘Chegando Junto das Meninas e Mulheres’ e da ação de saúde “Com pressão não se brinca”, realizada em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE). Além das cooperadas da Palha, a atividade recebeu a visita da Cooperativa de Reciclagem da Torre. A programação continua nesta sexta (3), de 8 às 15h, com a Feira de Artesanato da Rede de Artesãs do Recife, no térreo da Prefeitura do Recife.
Com o tema “Amor que não me serve. Pelo fim do relacionamento abusivo”, a campanha segue até 10 de dezembro, onde vão ser realizadas diversas atividades voltadas para a mobilização da sociedade e organizações, em todo o mundo, para a prevenção e a eliminação da violência contra as mulheres e meninas. A programação conta com rodas de diálogo, distribuição de material educativo, entre outros. Ao todo a atividade desta quinta beneficiou mais de 30 mulheres.
Alice Domingues, assistente social da Secretaria da Mulher, falou sobre a ação desta quinta. “Hoje, estamos realizando uma ação em parceria com a UPE e trouxemos mulheres de outras cooperativas com o objetivo de falar sobre a saúde. O nosso objetivo é chamar a atenção para este tema tão importante. Hoje, já identificamos alguns problemas e elas vão poder ser encaminhadas para especialistas. Para finalizar, também tivemos palestra do projeto Chegando Junto, em que discutimos a violência contra a mulher e os meios para que elas possam sair deste ciclo”, explicou Alice.
Realizado há 10 anos, o projeto “Com pressão não se brinca”, da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG), da Universidade de Pernambuco (UPE), já atendeu mais de cinco mil pessoas em todo o estado. “Nosso objetivo é realizar atividades de identificação de risco, como aferição de pressão e medidas antropométrica, e localizar dentro das comunidades pessoas que têm comorbidades importantes e encaminhar para unidade de referência. Esta é uma data muito importante. Sabemos hoje que a mulher é o fruto principal de desenvolvimento, que vem se empoderando e para que ela continue sendo participante e ativa na sociedade, tem que ter saúde, começando pelo auto cuidado, pela alimentação saudável”, afirmou Simone Muniz, professora da Fensg e coordenadora do projeto.
Daniela Ferreira, de 33 anos é uma das cooperadas da Palha. Durante a consulta foi encaminhada para um especialista em endocrinologia. “Eu achei legal essa iniciativa, estava precisando. Muitas vezes é difícil achar especialistas, então essa oportunidade é muito boa para cuidarmos da nossa saúde. Também foi muito bom porque aproveitamos esse momento para aprender mais como nos cuidar, como comer melhor”, contou a cooperada.
Alexandra Ramos, 35 anos, atual presidente da Cooperativa Recicla Torre, também participou da atividade e falou sobre a importância da campanha. “Eu acho esta data muito importante. Eu já sofri violência e foi através do trabalho que consegui sair deste ciclo. Hoje ajudo outras mulheres a se livrarem desse ciclo. Elas podem acreditar que podem sim sobreviver sozinha, podendo trabalhar e ajudando umas as outras. Que elas têm meios para denunciar e que elas têm direito e podem se defender”, pontuou.
16 DIAS DE ATIVISMO – O movimento internacional começou em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como Las Mariposas, assassinadas em 1961 por integrarem a oposição ao regime do ditador Rafael Trujillo, na República Dominicana.
Palha de Arroz – Localizada no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife, a Cooperativa Ecovida Palha de Arroz conta atualmente com 18 cooperadas. O local tem média de produção mensal de 11,2 toneladas e faturamento de R$ 10,7 mil com a venda dos materiais recicláveis como PET, Plástico, Papelão, Papel, Vidro, Isopor, Alumínio e etc. Em 2020, a cooperativa, através da Secretaria Executiva Inovação Urbana por meio do Programa “Recicla Mais”, iniciou uma nova etapa do programa ao investir na implantação de máquinas de upcycling, passando a produzir e comercializar utensílios diversos. Transformam o lixo coletado, por exemplo, em copos, vasos, saboneteiras e fruteiras, que podem ser adquiridos pela população através de loja virtual. Desde agosto de 2020 já foram arrecadadas mais de 2 (duas) toneladas de plástico, material que seria descartado de forma irregular, poluindo o ecossistema da cidade.